• Mais de um mês após tragédia, engarrafamentos seguem na rotina do petropolitano

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  • 30/03/2022 17:20
    Por Vinícius Ferreira

    A cidade segue vivendo os impactos causados pelas chuvas do dia 15 de fevereiro, que foram agravados no dia 20 deste mês pelo temporal de maior volume de chuva, em 24h, na história do país (534,6mm). Vias importantes, como a Rua Washington Luiz, principal acesso à Rua do Imperador, Centro Histórico, seguem interditadas para veículos (que não sejam de moradores, táxis ou ônibus, sendo este último liberado novamente apenas nesta semana) e os reflexos diretos sobre o trânsito tem se perpetuado diariamente em deslocamentos lentos pelo primeiro distrito.

    “Ontem, eu levei mais de uma hora parada na Avenida Piabanha. Em alguns momentos do dia você mal consegue se deslocar pela cidade, porque a volta que tem que dar pelo Valparaíso, que não tem estrutura para receber o volume de carros que tem recebido, torna tudo mais lento. A Coronel Veiga, a Saldanha Marinho, as Duas Pontes e tantas outras ruas se tornaram intransitáveis”, desabafa a advogada Sandra Silveira.

    E é o preço da gasolina um fator também de preocupação para o motorista de aplicativo Pedro Nogueira. “Já vinha sendo difícil lidar com a alta dos combustíveis. Com o trânsito parado, com esse anda e pára, você acaba gastando mais combustível. Porque além de tudo ainda tem feito calor, o que te faz usar mais o ar-condicionado. Tem ficado inviável transitar pela cidade. Os deslocamentos lentos fazem com que você acabe dando menos viagens, viagens que consomem mais combustíveis, em um momento que o combustível está caro”, administrador por formação, o motorista buscou a plataforma de aplicativo como forma de vencer o desemprego, mas não sabe até quando será possível continuar. “Financeiramente, está ficando inviável”.

    Na listagem de vias interditadas até terça-feira (30), divulgadas pela Prefeitura, além da Washington Luiz (que opera como corredor exclusivo para ônibus), também estão impedidas ao trânsito as ruas: Dr. Hélio Bittencourt e Dr. Paulo Lobo de Moraes (Centro); Paulino Guimarães (Alto da Serra); Conde D’Eu (Castelânea); Francisco Scali (Quissamã); Oliveira Bulhões (Cascatinha); Joaquim Rolla (Quitandinha); e Avenida Portugal, no trecho da Batata Frita (Valparaíso).

    Em outros pontos da cidade há ainda vias que operam em meia pista ou que atendem apenas aos moradores com veículos leves. Como é o caso da Rua Pedras Brancas (no trecho próximo à entrada do Condomínio Pedras Brancas), da Rua dos Expedicionários (Bingen), da Lopes Trovão (Alto da Serra) e da Lopes de Castro (Valparaíso).

    Ligação Bingen-Quitandinha não saiu do papel

    Logo após a tragédia do dia 15 de fevereiro, diante do impacto direto na mobilidade urbana, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – MPRJ chegou a informar que obteve a confirmação de que seria criado um Grupo Técnico de Trabalho para viabilizar a implementação da ligação Bingen-Quitandinha, inicialmente em fase de testes. No dia 24 de fevereiro, a promotora de Justiça Zilda Januzzi, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, se reuniu com representantes do poder público para cobrar agilidade na implantação da medida, prevista no Plano de Mobilidade Urbana e no Plano Diretor do município. O prazo, porém, deu mais 90 dias de espera para a fase de testes que deveria ter sido iniciada em janeiro, mais de um mês antes da tragédia socioambiental.

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