• Mais de 500 voluntários apoiaram os Bombeiros na operação de resgate das vítimas da tragédia

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  • 03/03/2022 05:00
    Por Vinícius Ferreira

    O trabalho de busca pelas vítimas do temporal do dia 15 de fevereiro está perto de ser concluído. Faltam, segundo dados da Polícia Civil, seis pessoas a serem localizadas. Ao longo das últimas duas semanas, mais de 500 militares do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, além de 140 de outros estados, com suporte de 50 cães farejadores, atuam nas buscas pelas vítimas dos deslizamentos de terra e das enchentes provocadas pela chuva sem precedente histórico. Um trabalho que conta ainda com o suporte de cerca de 500 voluntários, com treinamento especializado em resgates de vítimas de tragédias socioambientais.

    Um desses grupos é o Grupo Especializado em Desastres Naturais – Geden, de Petrópolis. Desde a tragédia, cerca de 300 membros do Geden, todos voluntários, passaram a dar suporte aos militares do Corpo de Bombeiros em todas as frentes de busca na cidade. “Contamos ainda com o apoio de outros voluntários, ao menos 200, vindos de outras cidades. Nós tivemos equipes: no Morro da Oficina, Alto da Serra; no Caxambú; no Chácara Flora; na Rua Itália, no Vila Militar; no Vila Felipe; no Floresta. Oferecemos nosso suporte técnico especializado ao Corpo de Bombeiros, sempre nos reportando ao oficial de comando nas buscas, que incluíram também a varredura dos rios”, conta Rodrigo Oliveira, coordenador e instrutor de alunos do curso.

    Voluntários do Geden atuaram em apoio aos bombeiros em vários locais atingidos pelo desastre. (Foto: Divulgação/Geden)


    Os voluntários atuaram, por exemplo, na busca por vítimas nas margens e no leito dos rios Quitandinha e Piabanha, percorrendo quase 60km até o município de Areal, vizinho à Petrópolis. Uma atuação necessária de suporte ao poder público, que informou mais de 3.800 ocorrências provocadas pelas chuvas desde o dia 15. Criado em 2018, o Geden se tornou uma força de reserva qualificada para dar suporte tanto à Defesa Civil, quanto ao Corpo de Bombeiros nas ações de resgate de vítimas de desastres ambientais.

    Os voluntários passam por treinamentos para atuar nos cenários de tragédias. (Foto: Divulgação/Geden)


    “Em novembro, formamos nossa turma mais recente. As atualizações são constantes e faz parte do treinamento a simulação de desastres. No treinamento, simulamos resgates de pessoas soterradas e até mesmo em situações de enchentes, dois cenários pelos quais passamos em Petrópolis no dia 15”, informa Rodrigo, que destaca ainda que ter voluntários qualificados é uma ferramenta importante para os municípios que vivem cenário de tragédias climáticas. “Nós nos colocamos à disposição da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para dar suporte nessas ações e tivemos nos últimos dias o reconhecimento dessa atuação. Nem sempre há no poder público material humano suficiente para dar conta de atender às vítimas em desastres com a magnitude desse que vivemos em Petrópolis. Até serem acionados os bombeiros de outros estados ou agentes da defesa civil de outros municípios, houve um intervalo de dias. Tempo crucial para salvar vítimas”, avalia.

    Capacitação em outros municípios

    Um dos objetivos do grupo de voluntários é expandir o trabalho para outras cidades. “Já fizemos contato com a prefeitura de Magé, onde as enchentes são o problema mais crônico com as chuvas. A ideia é levar essa qualificação para todas as cidades do Estado que precisem, para que se formem nas populações locais bombeiros civis capacitados que possam atuar imediatamente no resgate das vítimas e até mesmo dar suporte a municípios vizinhos, quando necessário”, destaca.

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