Mãe reclama de demora para ser informada sobre morte do filho na UPA
Antônia Honorato, de 73 anos, mãe de quatro filhos e moradora do Valparaíso, vivenciou na pele um drama que vem causando indignação. O filho mais velho, Paulo César Honorato, de 53 anos, que tratava de um caso de cirrose hepática, teve uma convulsão e entrou em pré-coma, como relata a aposentada. A família então buscou ajuda médica e o homem permaneceu por cerca de cinco dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro, vindo a óbito por volta de 7h15 da manhã do dia 23 de julho.
Durante a visita de rotina realizada para acompanhar a situação do filho, Antônia conta que ninguém sabia informar o que teria ocorrido. Mas, na verdade, Paulo César já havia falecido. “Eu não sabia de nada. Cheguei para visitá-lo já à tarde e não havia informações para me passarem. Ficaram me jogando de um funcionário pra outro, assistente social, médico,… E quando foram identificar o corpo do meu filho, já estava em rigidez cadavérica. Qual foi o motivo de tanta demora pra informar o óbito?”, questiona.
Com a notícia tardia, a mãe diz que não teve sequer a oportunidade de velar o filho no próprio dia, já que o expediente bancário se encerra às 16h e precisava ir a uma agência para viabilizar o valor do sepultamento. “Cheguei na funerária já tarde e não consegui fazer o enterro naquele dia. Se tivessem me avisado mais cedo eu poderia ter organizado tudo mais tranquila. Estou indignada por não terem me dado informações na hora em que tudo ocorreu. Eles tinham meus telefones e tudo o que precisavam pra chegar até a mim, mas não houve esse cuidado”, explicou.
Em nota, a Prefeitura informou que neste caso está sendo verificado com a equipe que estava de plantão naquele dia se os contatos telefônicos com a família foram feitos, quando foram feitos, se houve demora porque ligações possam não ter sido atendidas, entre outras possibilidades levantadas. A direção vai confrontar as informações que serão colhidas diretamente com os funcionários com os registros, que são obrigatoriamente lançados em livro de ocorrência da unidade.
O protocolo prevê, após a constatação do óbito pelo médico, o acionamento da equipe de enfermagem e solicitação de contato com a família, que é feito pela assistente social da unidade. Todo o fluxo deve ocorrer imediatamente.