• “Lutar sem desistir jamais”: ato na BR-040 marca quatro anos do desabamento de túnel

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 05/11/2021 20:09
    Por Jussara Madeira

    “Lutar até o fim, sem desistir jamais!”. Este é o lema das famílias vítimas do desabamento de parte do túnel que vinha sendo construído pela Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora – Rio (Concer) na rodovia BR-040. O fato ocorreu em 7 de novembro de 2017, quando uma cratera se abriu no chão levando abaixo uma casa e deixando em risco de desabamento moradias de mais 54 famílias, além da Escola Municipal Leonardo Boff na comunidade do Contorno, às margens da rodovia. Neste sábado (06), um ato reúne moradores atingidos pela tragédia para reforçar a luta por justiça.

    O ato, que será realizado das 9h às 11h, na altura do KM 81 (sentido Juiz de Fora-Rio), é organizado pela Associação de Pais e Professores da EMLB, Movimento das Comunidades Populares (MCP), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e ainda moradores do Contorno e da BR 040 afetados pelo evento. Das 55 famílias atingidas, ao menos 33 continuam impossibilitadas de voltar às suas casas, outras 22 tiveram seus imóveis desinterditados mas destas, apenas 12 retornaram à área atingida.

    Cristiano Lopes Duarte é um dos moradores vítimas da cratera. “A gente convive com a lembrança daquele momento horrível de ter que deixar nossas casas e não saber se voltaríamos. Naquele primeiro momento não tivemos nossos direitos respeitados, fomos tirados do local com cerca truculência de uma maneira muito ruim”, relembra.

    “A gente precisava retornar às nossas casas para cuidar dos animais de estimação, deixar comida. Foi difícil conseguir acessar o local até que os animais foram colocados em um canil”, relembra. Desde a abertura da cratera, teve inicia a luta das famílias para conseguir alugar um lugar para ficar. A insegurança também tomou conta de todos porque começaram a ser registrados furtos de pertences que ficaram nas casas. “Minha casa foi desinterditada e eu quero ficar aqui e quero que a justiça seja feita. Já se passaram quatro anos e nada foi feito, nem a recuperação da área que foi danificada e que dificulta o acesso às residências liberadas. O trecho da estrada foi recuperado e desinterditado”, disse.

    O processo judicial movido contra a concessionária continua em andamento. Segundo Angélica Proença, diretora da Escola Leonardo Boff, com o auxílio do Ministério Público, a Justiça reconheceu em parte os direitos das famílias com o bloqueio de quase R$ 9,5 milhões da Concer para indenização. Desde a tragédia, as famílias recebem um valor para pagamento de aluguel até que a ação judicial chegue ao fim. A Concer informou que o evento não teve relação com a obra do túnel.

    Últimas