Lula sugere que países amazônicos se comprometam a zerar desmatamento até 2030
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu há pouco que os oito países amazônicos assumam o compromisso de zerar o desmatamento até 2030 em discurso no encerramento da reunião Técnico-Científica da Amazônia, na Colômbia. Lula reiterou que o Brasil já firmou esse compromisso com o desmatamento zero e acredita que é uma meta comum para a região, que poderá ser discutida na Cúpula da Amazônia, em agosto.
Lula destacou o papel central que a Amazônia desempenha no Cone Sul e a importância de preservar a região. O encontro foi organizado pelo governo da Colômbia, do presidente Gustavo Petro, que antecede a Cúpula da Amazônia, marcada para 8 de agosto, em Belém (PA). Esta cúpula receberá os presidentes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Lula destacou que os países amazônicos têm dois desafios a enfrentar juntos. O primeiro é institucional, com o fortalecimento do tratado de Cooperação Amazônica.
O outro é político e se refere a uma nova visão de desenvolvimento sustentável para a região. Por isso, o presidente sugeriu a formalização de um fórum das cidades amazônicas e o parlamento amazônico, pois a atenção com esse bioma é compartilhada pelos países.
O presidente sinalizou que o governo pretende institucionalizar o Observatório Regional da Amazônia, uma iniciativa para sistematizar e orientar dados de todos os países para monitorar políticas públicas. O presidente também sugeriu criar um comitê de especialistas, aos moldes do IPCC da ONU, sobre a Amazônia.
Ele voltou a cobrar a liberação de recursos para o combate às mudanças climáticas por parte dos países desenvolvidos, e criticou mecanismos como o Fundo Global para o Meio Ambiental. Em sua visão, ele reproduz uma lógica excludente, porque obriga países sul-americanos e amazônicos – como Brasil, Colômbia e Equador – a dividir uma cadeira do fundo. Por outro lado, Estados Unidos, Canadá, França, Itália e Suécia ocupam, cada um, uma cadeira. “Esta é mais uma evidência de que a governança global precisa mudar e ser reformada”, disse.