Lula: política de preços da Petrobras não muda enquanto presidente da República não convocar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, 6, que a mudança na política de preços da Petrobras ainda não está em discussão no governo. “A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir. Enquanto o presidente da República não convocar, a gente não vai mudar o que está funcionando hoje”, afirmou.
Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse ter sido “pego de surpresa” com a discussão entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre o tema.
Na quarta-feira, Silveira declarou que o governo deve atuar para mudar a atual política de preços da Petrobras por estar atrelada ao mercado internacional, e avançar na construção de um “preço de competitividade interna”.
Também na quarta, o Conselho de Administração da Petrobras reagiu às declarações e enviou uma carta a Silveira cobrando a nova diretriz de preços e reforçando que é necessário aprovação do colegiado para que a nova política entre em vigor na estatal.
Na conversa com jornalistas, Lula disse que ainda não conversou com as duas autoridades. O presidente repetiu que, em sua opinião, o Brasil não deve estar submetido ao preço de paridade de importação (PPI) e disse que a Petrobras tem que aumentar investimentos.
“A Petrobras não pode continuar distribuindo a quantidade de dividendos que vem distribuindo. A Petrobras precisa fazer investimentos no Brasil”, completou Lula.
Privatizações
O presidente disse ainda que não pretende privatizar nenhuma empresa em seu governo. Afirmou também que fará um “esforço incomensurável” para a economia voltar a crescer, o que inclui uma política de crédito para pequenas e médias empresas e agricultores.
“Não vamos privatizar nenhuma empresa. Vamos tentar fazer coisas novas, retomar o desenvolvimento industrial nesse País. O sucesso do País depende do sucesso e da competência do governo”, acrescentou Lula.