• Lula nega que Brics seja ‘contraponto’ ao G-7 após fala de Celso Amorim

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  • 22/08/2023 12:41
    Por Felipe Frazão, enviado especial / Estadão

    O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em uma transmissão feita nesta terça-feira, 22, nas redes sociais, que o Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não quer ser um contraponto ao G7 e aos Estados Unidos.

    O presidente brasileiro adotou um tom mais conciliador após o assessor da presidência e embaixador Celso Amorim afirmar que o mundo não pode ser “ditado pelo G-7” e que uma lista de 23 países que desejam entrar no grupo representa a criação de uma nova “ordem mundial”.

    “Não queremos ser contraponto ao G7, ao G20, aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. Queremos criar uma coisa que nunca existiu. O Sul Global, nós sempre formos tratados com a parte pobre do planeta, como se não existíssemos e fôssemos países de segunda categoria”, afirmou Lula.

    “O Brics não significa tirar nada de ninguém”, insistiu Lula. “O Brics tem essa simbologia. Não é a simbologia da rivalidade, mas de criar um organismo novo, forte, que tenha muita gente e muitos recursos.”

    Mais cedo, Amorim ressaltou a força do Brics por conta do interesse de 23 países que querem aderir ao bloco. “Todo esse interesse que existe na expansão, países que desejam ser parceiros ou membros plenos do Brics demonstram que há uma nova força no mundo, que o mundo não pode mais ser visto como ditado pelo G7”, disse.

    O ex-chanceler, e mais influente conselheiro direto de Lula na política externa, participa das reuniões de Lula na 15ª Cúpula do Brics, em Johannesburgo e vai estar no retiro reservado aos líderes. Os chefes de Estado e de governo tomarão decisões sobre a expansão do bloco, impulsionada pela China, e sobre a criação e uso de moedas alternativas ao dólar.

    Haddad nega antagonismo do Brics a outros fóruns

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também adotou um tom diferente de Amorim ao afirmar que o Brics não significa um “antagonismo” a outros fóruns internacionais dos quais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul participam. “O Brics tem grande contribuição a dar. Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia podem, cada um a partir de sua perspectiva, oferecer ao mundo uma visão coerente com seus propósitos e que não signifique nenhum tipo de antagonismo a outros fóruns importantes dos quais nós mesmos participamos”, disse o ministro, em discurso no Fórum Empresarial do Brics, em Johannesburgo.

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