Lula não entra em Portugal e ‘vai para cadeia’ se insistir, diz líder da ultradireita no país
O líder do Chega, partido de extrema direita de Portugal, afirmou que caso ele seja eleito primeiro-ministro nas eleições legislativas do país, marcadas para o próximo domingo, 10, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não poderá entrar no país europeu.
André Ventura apontou que Lula poderia ter o desejo de viajar a Portugal para participar dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que derrubou o salazarismo e deu início a implementação de um regime democrático no país. O aniversário da revolução será comemorado em abril deste ano.
“Se o Chega vencer as eleições legislativas, o senhor presidente do Brasil não vai entrar em Portugal”, afirmou Ventura durante um compromisso de campanha na quarta-feira, 6. “Eu garanto que se eu for primeiro-ministro, o senhor Lula da Silva ficará no aeroporto e, se insistir, vai para uma cadeia”. Ventura também afirmou que “ficar preso não será uma grande novidade para Lula”. O petista ficou preso por 580 dias em Curitiba, e saiu da cadeia em novembro de 2019.
Ventura já havia criticado uma visita de Lula a Portugal no ano passado durante o aniversário da Revolução dos Cravos. O líder do Chega realizou um protesto conta a presença do brasileiro e tentou atrapalhar o discurso de Lula no Parlamento português ao bater mesas junto a outros parlamentares de sua legenda. Ele é próximo do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro.
Ainda não ocorreu um convite para a viagem de Lula, mas Portugal costuma convidar chefes de Estado e de governo de países lusófonos para celebrações importantes.
Ventura quer limitar presença de Pedro Sánchez
O líder do Chega afirmou também que queria limitar a presença do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Portugal. Sánchez é de esquerda e faz parte do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). “Sánchez só entrará quando for necessário. Não queremos que ele entre muitas vezes”.
De acordo com as pesquisas de opinião, Ventura não deve vencer as eleições legislativas, mas o Chega pode crescer e se tornar uma pedra no sapato dos socialistas e da Aliança Democrática (AD), legenda da direita tradicional.
O Partido Socialista (PS) está no poder desde 2015, mas o eleitor português dá sinais de cansaço. De acordo com uma pesquisa de opinião feita pela Universidade Católica para o jornal português Público, a coligação Aliança Democrática (AD), tem 32% das intenções de voto. Os socialistas tem 28%, enquanto o Chega aparece como terceira força política, com 19%.
Os portugueses irão as urnas por conta da renúncia do primeiro-ministro António Costa em novembro do ano passado, após denúncias de um escândalo de corrupção relacionado a negócios de lítio e hidrogênio no país.