• Lugar de pai é…de mãos dadas com os filhos

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  • 11/08/2018 09:50

    O cuidado com os filhos exige atenção, amor e muita, mas muita dedicação. E, se no passado esta era uma tarefa quase exclusiva das mamães, hoje cada vez mais os pais assumem também a responsabilidade pelos pequenos. Eles se envolvem na rotina do dia a dia, sabem os gostos das crianças, entendem tudo aquilo que precisam e ainda mantêm a voz firme na hora de cobrar os estudos. Ao falar das crias, eles mostram orgulho a cada conquista e admitem que, também para eles, os pequenos nunca crescem. Para entender essa relação e celebrar o Dia dos Pais, a Tribuna foi conversar com dois pais que tomam a frente nos cuidados com os filhos. São histórias de muito amor e cumplicidade.  

    Alessandro Henrique da Silva de 43 anos, adotou Maria Clara, de 11 anos, neste ano, após conhecer a menina em 2016, no Lar Santa Catarina em Corrêas. Quando viu a filha, soube o que era amor à primeira vista. "Eu e minha esposa pensávamos em adotar uma menina de 0 a 3 anos, mas com a possibilidade de aumentar a idade. Quando vi a Maria Clara, que carinhosamente chamei de índia por não saber seu nome, tinha a certeza de que queria que ela fosse minha filha. Fui embora com ela no meu coração", relembra. 

    A esposa Rosana Guilherme foi um pouco mais resistente à ideia de adotar a menina, pois ainda sonhava em adotar um bebê. O tempo passou, o casal seguiu na fila de adoção e, nas visitas ao lar, a menina continuava chamando a atenção de Alessandro. “Cada dia eu tinha mais certeza de que era ela que estava no nosso destino. Quando o irmão mais velho foi adotado, o grupo de adoção se mobilizou para encontrar pais para ela e o outro irmão. Minha esposa se manifestou na reunião dizendo que era apaixonado pela 'Índia' e deu certo. Nossa guarda provisória saiu em junho e, agora, estamos direto com ela. É inexplicável , um amor sem medida. Todos os dias há uma descoberta, um aprendizado para ela e para nós. Para mim, que nunca tive filhos, está sendo tudo novo. Foram sete meses de muitas emoções. No fim, Deus confirmou o que meu coração já sentia: Maria Clara era a minha filha", diz Alessandro.

    Pedro Rocha define ser pai como a coisa mais maravilhosa do mundo. Ele tem os filhos Maria Luisa, com 7 anos, e Arthur, de apenas 3 anos. O pai diz que tem uma relação muito completa, de amor, companheirismo e alegria. "Fui pai muito novo e por isso temos uma amizade muito grande. Somos amigos, seja na brincadeira ou até quando eles têm de me acompanhar em algum trabalho. É uma relação de parceria. Ter que me manter com pulso forte, dar bronca, é complicado para mim, mas sei que é necessário", explica. 

    A rotina de trabalhar no Rio de Janeiro e morar em Petrópolis acaba deixando o coração de Pedro um pouco apertado, mas o jovem pai reconhece que todo o esforço é para tornar a vida dos pequenos ainda melhor. " Trabalhar dessa forma te afasta muito do dia a dia deles. Saio muito cedo e acabo chegando tarde. Mas como não consigo viver sem o minimo de contato com eles, faço questão de levar ao menos o Arthur na escola todos os dias. Além disso, fico às quartas em Petrópolis para pegá-los e fazer as coisas deles", diz. 

    A menina, recentemente perdeu a mãe, o que o pai define como um golpe enorme. Pedro diz que o assunto o emociona bastante, mas que a pequena Maria Luisa vem lhe dando lições incríveis. A pequena, que dividia a vida entre a casa da mãe e do pai, que eram divorciados, mesmo não morando definitivamente com o pai, agora tem um vínculo ainda maior. "Maria Luisa vem me ensinando a viver uma coisa de cada vez, me ensinando a colocar o sorriso no lugar vazio, pois a vida é feita disso. O coração dela resolve muito melhor do que o meu. Luísa transformou a heroína que toda mãe é na terra, uma heroína também no céu. Para ela, a mãe é uma estrela que nos guiará pela vida. E isso é um ensinamento diário que ela nos dá", conta o pai.

    Hoje, ele mostra gratidão por ter que enfrentar pequenas coisas, incluindo a rotina do dia a dia com os filhos. Para ele cada momento representa segundos encantadores, revigorantes e de puro amor. "Temos de ser pais todos os dias, e não é nada difícil. É só ter o peito aberto e amor no coração. É ligar todos os dias e perguntar para o teu filho 'e aí, o que te fez sorrir hoje?'. É acordar cedo e arrumar a lancheira. Sempre há recompensa para tudo isso, e a recompensa não é material. São abraços de um coração sem nenhum interesse que, do nada, te abraça e te diz, 'Papai eu te amo'. Isso não tem preço. É bom demais". 



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