Lucro da São Martinho cai 55,2% e atinge R$ 187,449 milhões
A São Martinho reportou lucro líquido de R$ 187,449 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2024/25, encerrado em 30 de setembro. O resultado representa queda de 55,2% ante o registrado em igual período da temporada 2023/24, de R$ 418,094 milhões, informou na segunda-feira, 11, a companhia, depois do fechamento do mercado financeiro. Na comparação com o trimestre anterior, houve avanço de 76,3%. Segundo a companhia, o resultado se deveu, principalmente, ao “término do recebimento das parcelas do Precatório Copersucar (IAA)”.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética teve alta de 44% na comparação anual, para R$ 943,108 milhões. Também avançou 40,3% frente ao primeiro trimestre da temporada anterior. De acordo com a São Martinho, a performance “deve-se aos maiores preços e volumes comercializados (ATR vendido), com destaque para o etanol”.
A receita líquida da São Martinho alcançou R$ 1,960 bilhão no segundo trimestre da safra, alta anual de 27,6% e de 18,5% sobre o trimestre anterior. Segundo a empresa, o resultado foi “decorrente dos maiores preços e volumes comercializados de etanol, potencializado pelo aumento do volume de açúcar vendido, ainda que a preços menores”.
O lucro caixa da São Martinho ficou em R$ 398,619 milhões no trimestre, 0,4% menor na comparação com o verificado no igual período da temporada passada. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, passou de 1,51 vez em setembro de 2023 para 1,35 vez ao fim do igual mês de 2024.
Nos dois primeiros trimestre da safra 2024/25 a São Martinho processou 17,950 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, avanço de 2,6% em relação a igual período da safra 23/24. A companhia produziu 1,108 milhão toneladas de açúcar (-1,9% na comparação com igual período da safra anterior) e 922,9 mil metros cúbicos de etanol (+15,2%). O processamento de milho adicionou 109,7 mil m3 de etanol (+33,5%) e 70,9 mil toneladas de DDGs (-0,9%). Também foram produzidos 2,732 milhão de toneladas de açúcar total recuperável (+0,7%)
Em 30 de setembro de 2024 as fixações de preço de açúcar para a safra 2024/25 totalizavam cerca de 428 mil toneladas, a um preço de R$ 2.387/tonelada. Para safra 2025/26 estão fixadas cerca de 295 mil toneladas a R$ 2.497/tonelada.
Guidance para 2024/25
A São Martinho atualizou o guidance de produção da temporada 2024/25 com uma queda de 15,2% na fabricação de açúcar, de 1,556 milhão de toneladas estimadas anteriormente para 1,320 milhão de toneladas. A previsão de produção de etanol aumentou 16,7%, de 900 milhões de litros para 1,050 bilhão de litros.
A companhia também destacou uma produção total de 3,163 milhões de toneladas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), incremento de 0,2% ante estimativa anterior, com uma moagem de 22,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 1,0% abaixo da previsão inicial. Segundo a empresa, o ATR médio por tonelada de cana subiu para 142,7 kg, refletindo o baixo índice de chuvas e déficit hídrico na safra.
A revisão também indica um aumento na participação da produção de etanol, que absorverá 56% do ATR, reduzindo a parcela destinada ao açúcar, antes prevista em 52%. “A decisão pelo mix mais alcooleiro responde ao impacto dos incêndios ocorridos entre 22 e 25 de agosto, que afetaram a disponibilidade de matéria-prima e a conversão de ATR em açúcar”, explicou a companhia em comunicado.
Na operação de etanol de milho, a São Martinho espera processar 500 mil toneladas de milho, gerando 210,2 milhões de litros de etanol, aumento de 5,1% frente ao guidance inicial, impulsionado pela estabilização da capacidade de moagem da planta e pela eficiência na conversão de milho em etanol.
Quanto ao capex, a companhia projeta um investimento total de R$ 2,8 bilhões para a safra 2024/25, aumento de 12,2% ante estimativa anterior. Esse montante inclui R$ 1,95 bilhão destinado à manutenção, R$ 100 milhões para melhorias operacionais e R$ 670 milhões para modernização e expansão.
Entre os projetos em destaque estão a ampliação da capacidade de cristalização e o projeto de biometano na Unidade Santa Cruz, além da expansão de áreas irrigadas para 50 mil hectares. A São Martinho também destinará R$ 80 milhões para minimizar os impactos dos focos de incêndio nos canaviais.