• ‘Luca’ foi o filme mais visto em 2021, aponta pesquisa sobre entretenimento de cinema e doméstico

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  • 16/03/2022 14:23
    Por AP / Estadão

    Antes da pandemia, os mercados das salas de cinema e entretenimento digital eram aproximadamente semelhantes em tamanho. No ano passado, no entanto, a receita digital foi mais que três vezes maior do que a bilheteria global, de acordo com um novo relatório da Motion Picture Association.

    O estudo anual da MPA sobre entretenimento de cinema e doméstico, publicado na segunda-feira, 14, cristalizou o quanto o streaming passou a dominar o cenário da mídia. Em 2021, o mercado digital representou 72% do mercado combinado de cinema e casa. Em 2019, o digital representou US$ 45,5 bilhões em todo o mundo; no ano passado, aumentou para US$ 71,9 bilhões.

    Os serviços de streaming lideraram o boom. Em 2021, as assinaturas globais de streaming subiram para 1,3 bilhão, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Nos Estados Unidos, as assinaturas cresceram em ritmo semelhante para 353,2 milhões. Segundo a Nielsen, a animação da Pixar Luca, Disney+, foi o filme mais assistido de 2021, com mais de 10,5 bilhões de minutos transmitidos.

    Na América Latina, o mercado de entretenimento doméstico/celular aumentou 29% em 2021, atingindo um total de US$ 6 bilhões.

    A onda digital veio ao mesmo tempo em que a pandemia atingiu os negócios de cinema. Enquanto a bilheteria mundial no ano passado quase dobrou em relação à de 2020 (o primeiro ano da pandemia), o total de US$ 21,3 bilhões, arrecadado em meio a fechamentos esporádicos de cinemas e adiamentos de estreias, foi aproximadamente metade do que era antes da chegada da covid-19.

    Em 2019, as bilheterias representaram US$ 42,3 bilhões em vendas. Com os negócios estáveis retornando aos cinemas em grande parte do mundo este ano, os analistas preveem que a recuperação pode chegar a cerca de 80% do considerado habitual.

    No mercado formado por Estados Unidos e Canadá, o longa mais assistido foi Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, com US$ 553 milhões arrecadados, mais que o dobro do segundo colocado, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (US$ 224,5 milhões)

    Enquanto isso, as vendas físicas (principalmente DVDs e Blu-rays) vêm diminuindo gradualmente há anos. No ano passado, a mídia física caiu para US$ 6,5 bilhões, ou cerca de metade do que era em 2018 e uma fração de seus recordes.

    Mas, por mais que o bolo da mídia esteja dividido, o mercado de entretenimento combinado em 2021 foi praticamente o mesmo de antes da pandemia, totalizando US$ 99,7 bilhões. Na verdade, isso foi superior aos US$ 98,1 bilhões de 2019. Os gastos do consumidor – US$ 328,2 bilhões no ano passado, incluindo assinaturas a cabo – também corresponderam aos números de 2019.

    Ainda assim, os dados da MPA capturaram muitas das mudanças aceleradas pela pandemia. Em 2020 e 2021, 179 filmes originais eram exclusivos de serviços de streaming em comparação com 113 em 2019. A visualização de filmes online cresceu 15% em 2021 em relação ao ano anterior.

    Protagonistas femininas

    Outras facetas do cinema permaneceram teimosamente as mesmas, de acordo com a Iniciativa de Inclusão da USC Annenberg. Em um relatório divulgado na segunda-feira, 14, os pesquisadores descobriram que nos 100 filmes de maior bilheteria de 2021, 41% apresentavam protagonistas ou colíderes femininas (em comparação aos 51% da população dos EUA) e 32% dos protagonistas eram de uma raça historicamente excluída ou etnia (em comparação com 40% da população dos EUA).

    Embora essas taxas sejam substancialmente mais altas do que quando os pesquisadores da USC começaram a rastrear em 2007, eles sugeriram que a mudança tardia e gradual da indústria para uma representação mais diversificada na tela ainda está aquém de refletir o público americano.

    “Enquanto a indústria conta com as consequências da pandemia e o mercado de cinemas em evolução, os tomadores de decisão devem ter cuidado com o fato de que o progresso que fizeram pode estagnar ou até reverter”, disse Stacy L. Smith, diretora da Inclusion Initiative, em um relatório declaração.

    Consumo no Brasil

    A pesquisa da Motion Picture Association mostrou que o mercado de bilheteria de cinema na América Latina aumentou 72% em 2021, impulsionado pelo crescimento de 104% no México e de 17% no Brasil.

    Na lista dos líderes mundiais de bilheteria (excetuando Estados Unidos e Canadá), a China aparece na liderança, com US$ 7,3 bilhões arrecadados no ano passado, seguida do Japão (US$ 1,5 bilhão) e Reino Unido (US$ 800 milhões). O Brasil aparece na 16.ª posição, com US$ 200 milhões.

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