• Lombroso e sua tese

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  • 29/11/2017 12:00

    Aqueles que como eu frequentaram os bancos da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis, faziam eleger no transcorrer do período escolar, matérias as quais mais lhes agradavam e chamavam a atenção, justamente vislumbrando a atividade profissional a ser levada a termo ao final da jornada.

    Assim é que no tocante ao Direito Penal, matéria que grande número dos colegas apreciavam, recordo-me, pleno de boas lembranças, das marcantes aulas proferidas pelo culto e dedicadíssimo professor Álvaro Sardinha que, merecidamente, aposentou-se na condição de presidente do TCE-RJ.

    As lições que o mestre fazia proferir se constituíam como do maior interesse por parte de toda a classe e muitos dos colegas, em consequência, entusiasmavam-se pelo Direito Penal, com vistas ao futuro exercício da profissão.

    Lembro-me, com clareza, das lições do mestre como, também, das obras publicadas pelo professor José Frederico Marques das quais nos socorríamos por ocasião de eventuais dúvidas e de maneira a que pudéssemos melhor nos ilustrar quanto a temas diversos; todavia, dúvidas e questionamentos não quedavam sem que deixassem de ser esclarecidas, eis que o sempre lembrado professor fazia questão de elucidá-las com absoluta clareza e precisão.

    Recordo-me, ainda, quando tomamos conhecimento, sem muito entender, a propósito do pensamento abraçado pelo médico, criminologista e antropólogo Cesare Lombroso, relativamente a aspectos relacionados com a criminologia, mui especialmente no que concerne à qualificação da personalidade do delinquente.

    Cabe ser ressaltado, é bem verdade, que as ideias proclamadas pelo criminologista acabaram por influenciar gerações, pois algumas de suas teses chegaram a interferir até, na elaboração do Código Penal Brasileiro, datado de 1940, em vigor até os dias atuais.

    Não restam dúvidas que o susto a que fomos acometidos naquele ensejo já foi superado, vez que decorrentemente da dedicação de grandes mestres estudiosos da área criminal, que se debruçaram sobre a questão, quedou que muitas das ideias de Lombroso vieram a sucumbir por haverem sido julgadas de caráter preconceituoso.

    O mestre, adepto da fisiognomia, deixava transparecer, em favor de sua tese, quanto a diferentes características físicas do ser humano.

    Estudei e, na realidade, nunca pude entender os conceitos abraçados pelo estudioso Cesare Lombroso.

    Espanta-me, todavia, o que vem ocorrendo com o homem, no tocante a gestos dos mais degradantes encetados contra seus próximos; além do mais, a corrupção “plantada” no país, de caráter endêmico, em particular na capital federal, levada a termo por algumas figuras que circulam pelos corredores de Brasília, cujos traços fisionômicos preocupam a tantos, em razão do cometimento de delitos das mais diferentes naturezas, o que conduz-me a meditar se a teoria de Lombroso, realmente, teria se baseado em algum fundamento de maior credibilidade.

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