• Lembranças de Renard Perez

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  • 31/05/2019 12:00

    Contista e romancista, Renard Quintas Perez nasceu em Macaíba (RN), a 3 de junho de 1928, e faleceu no Rio de Janeiro. Fez os  cursos primário e ginasial em Fortaleza. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1943, onde fez o curso científico no Colégio Andrews. Formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (1951). Funcionário estadual do Rio de Janeiro, desde 1948, foi redator literário da Rádio Roquete Pinto até 1986, quando se aposentou. Membro da UBE-RJ,  participou do grupo Café da Manhã, liderado por Diná Silveira de Queiroz no jornal A Manhã. Jornalista profissional, assinou, no Correio da Manhã, a seção  “Escritores brasileiros contemporâneos”, tendo colaborado em diversos suplementos literários. A partir de 1963, tornou-se redator-chefe da revista Leitura. Estreou com uma novela (O beco, 1952), e publicou vários volumes de contos  (Os sinos, 1954; O tombadilho, 1961; Irmãos da noite, 1979; Trio, 1983; Creusa Creusa, 1998), um romance (Começo de caminho: o áspero amor, 1967), um livro de viagem memorialística (Chão galego, 1972) e duas séries de Escritores brasileiros contemporâneos ( 1960 e 1964). Em sua ficção, Renard Perez buscou sempre retomar a tradição do conto, desprezando os acentos coloquiais do modernismo. Prêmios recebidos: Prefeitura do Distrito Federal (1968), Fundação de Cultura do Distrito Federal (1981), Prêmio Nestlé (1982). 

    Conheci Renard Perez numa das festas de domingo em casa de Aníbal M. Machado (1960). Com o tempo, tornamo-nos amigos: em julho de 1962, ele me autografou dois livros de contos: Os sinos e O tombadilho. Em 1963, convidou-me, junto com outros – principalmente  José Edson Gomes –, para colaborar na revista Leitura. Daí  em diante passei a visitá-lo no seu apartamento em Copacabana, e adquiri o hábito de lhe telefonar nos dias de seu aniversário. Numa dessas visitas, tendo encontrado num sebo um exemplar da primeira edição da novela O beco (que já possuía), levei-lhe o livro com dedicatória minha:  “de leitor para autor” conforme escrevi. Em 1976, Renard sofreu um grave atropelamento e ficou algumas semanas de cama, em recuperação. Fui visitá-lo muitas vezes e, numa delas, entreguei-lhe e à companheira Helena, meu poema “Regresso de Renard Perez”, que muito o sensibilizou. Até o fim mantivemos uma amizade fraterna, nunca desmentida. Mais que escritor, Renard Perez foi  um amigo precioso cujas lembranças sempre me emocionam. 

    Recebemos e agradecemos:   O trem itabirano, Itabira, maio 2019.

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