• Lembranças…

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  • 04/11/2016 08:00

    Como de costume, pela manhã, habituei-me a caminhar em direção à banca de jornais situada próxima à minha residência, em busca de inteirar-me a propósito do que se passa em nosso país, como, também, adquirir os jornais da terra.

    Invariavelmente, troco idéias com os proprietários da banca a respeito de assuntos diversos, eis que se trata de um casal muito acolhedor, razão pela qual granjeou a favor de seu comércio a simpatia dos moradores do bairro.

    Na quarta-feira passada, foi um pouco diferente a trajetória adotada, já que tive que recorrer ao Detran para obtenção da 2ª via da Carteira Nacional de Habitação, atrasando-me para chegar à banca.

    Todavia, ao dobrar a esquina, encontro com um amigo, que considero irmão, e ele me relata que acabara de cumprir uma sessão de fisioterapia na clínica situada nas proximidades da mesma esquina.

    Falou-me, exatamente, a respeito de uma pessoa que para mim foi muito querida, eis que juntos frequentamos, no Colégio Carlos A. Werneck, os cursos ginasial e científico.

    Aluna exemplar, destacando-se pela inteligência e respeito aos mestres, além de boa colega, uma vez que todos tinham por ela admiração e apreço.

    Concluído o curso cientifico, naturalmente, cada um tomou o seu caminho, alguns até, nunca mais encontramos, já que oriundos de outros municípios e estados.

    No caso de Jacilea Imbroisi, também não foi diferente, acabou que deixamos de nos encontrar, vez que, muito jovem, passei a trabalhar no Rio de Janeiro, distanciando-me de minha terra natal, só retornando a Petrópolis, à noite.

    Jacilea, por sua vez, formada fisioterapeuta, e quê fisioterapeuta! 

    Instalou sua clínica nesta cidade, no bairro do Valparaíso, atendendo a todos que a procuravam com absoluta competência e habilidade profissional.

    Acabou por reunir um grupo de escol a seu lado e sob sua orientação.

    Jacilea atuando profissionalmente no bairro em questão e eu com a família no centro da cidade.

    Nossos caminhos não se cruzavam há anos até que, após passar a residir no bairro onde situada a clínica, e já com a coluna a doer, fui a seu encontro em busca de alento.

    Uma festa o nosso encontro, sem que eu possa descrever. Conversamos a valer sobre o passado, especialmente sobre os bancos escolares ao tempo do colégio Werneck, até que me perguntou: “o que o traz aqui?” E eu lhe respondi, a propósito da dor na coluna que, já àquela época, me incomodava e continua a incomodar.

    Jacilea, sempre descontraída, alegre e muito espirituosa, respondeu-me, lembro-me bem: “isso é a idade José Afonso, mas vamos tratar de minorar suas dores”.

    E assim foi; ela na verdade estava certa, porquanto as dores continuaram, embora o tratamento recebido haja sido dos melhores, pesando, contudo, a idade.

    Lembrei-me de Jacilea junto a meu amigo e ao caminhar de volta à casa, decidi escrever estas linhas em sua memória, orando pela colega e amiga, pedindo para ela paz e descanso eterno, eis que merecedora do acolhimento pelo Pai, em razão da formidável criatura que foi.

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