• Leilão atrai novas empresas para mercados regionais

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  • 05/11/2021 17:00
    Por Circe Bonatelli / Estadão

    O primeiro dia do leilão da internet móvel de quinta geração (5G) confirmou a expectativa de entrada de novas empresas no mercado, movimento que, segundo especialistas, deve ajudar a ampliar a oferta de serviços e aumentar a competição em algumas localidades. Ao mesmo tempo, as grandes companhias (Vivo, Claro e TIM) defenderam suas posições de liderança ao arrematar os lotes nacionais, além de lotes regionais de peso.

    “De um lado, as grandes teles compraram as bandas que esperavam. E, do outro, houve uma boa quantidade de novas entrantes em lotes regionais, o que certamente vai levar a uma maior diversidade na prestação dos serviços”, avalia o sócio da consultoria Teleco Eduardo Tude.

    A mesma visão é compartilhada pela diretora de regulação da consultoria LCA, Cláudia Viegas. “O desenho em lotes nacionais e regionais favoreceu a entrada de novos competidores, como esperado. E a saída da Oi do mercado de telefonia móvel (a empresa vendeu suas redes para as rivais) também criou um clima propício para isso”, diz.

    Já a possibilidade de entrada de novo concorrente para bater de frente com as grandes teles em larga escala se fechou. Para isso, alguma empresa precisaria ter arrematado um dos lotes nacionais da faixa de 3,5 Ghz, o que não aconteceu. Dos quatro lotes disponíveis, três ficaram com Vivo, Claro e TIM, e o quarto não recebeu propostas no leilão.

    Brisanet

    Entre as operadoras que vão engrossar a competição no interior do País, está a cearense Brisanet, maior provedora do Nordeste, com 760 mil clientes. A companhia foi um dos destaques do leilão ao arrematar não só o bloco referente ao Nordeste na faixa de 3,5 Ghz, como também o do Centro-Oeste, mostrando sua intenção de crescer. A Brisanet atua no ramo de banda larga por fibra óptica e, agora, pretende oferecer a internet móvel por 5G aos seus clientes.

    No Sul, a competição também deve esquentar. As paranaenses Copel e Sercomtel, controladas pelo Fundo Bordeaux, do empresário Nelson Tanure, têm planos de levar 5G para clientes residenciais e empresariais por meio da tecnologia FWA – um modem sem fio que provê o sinal de internet rápida. A Sercomtel ficou com o bloco da Região Norte e do interior de São Paulo da faixa de 3,5 Ghz.

    Já a Copel integrou o Consórcio 5G Sul, em parceria com a catarinense Unifique, vencedor do bloco que cobre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Uma surpresa no leilão foi a entrada da Cloud2u, empresa ligada à fabricante de equipamentos de rede de São José dos Campos (SP) Greatek. O grupo não atua diretamente na prestação de serviços para os consumidores, mas disputou e venceu um dos ativos mais importantes do bloco referente a Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

    Outro destaque do certame foi a Winity, que ficou com o lote nacional de 700 Mhz – esta faixa é uma sobra do leilão de 4G anterior, de 2014, quando a Oi, já em dificuldades financeiras, não participou da disputa. A Winity é uma empresa criada há um ano pela gestora de recursos Pátria Investimentos para deter infraestrutura (redes, antenas e frequências) para serviços móveis. Ela não atende diretamente o consumidor final, e seu foco será “alugar” a faixa de 700 Mhz no atacado para as operadoras que oferecem o sinal no varejo.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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