• Lava Jato: acionista majoritária da Concer é investigada por depósitos milionários

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 10/11/2016 18:45

    A operação Lava Jato da Justiça Federal iniciou hoje (10) um processo de investigação, que tem como um dos alvos, a acionista majoritária da Concer, concessionária que administra a BR-040. A Triunfo Participações e Investimentos detém a maior parte das ações da concessionária – 63,8%. Ela é suspeita de realizar depósitos milionários para empresas do empresário Adir Assad e do advogado Rodrigo Tacla Duran, entre 2010 e 2013. E foi alvo dos mandados de busca e apreensão que aconteceram ontem dentro da Operação Dragão. Assad e Duran foram apontados como suspeitos pela lavagem de R$ 50 milhões para empresas que já são investigadas pelo Ministério Público Federal. 

    Segundo informações divulgadas ontem pela Polícia Federal, em uma coletiva de imprensa, a Triunfo é investigada por ter transferido R$ 1,5 milhão para empresa de Duran. Já a Econorte, que também pertence a Triunfo, transferiu R$ 1,2 milhão. Os investigadores consideram montantes significativos, mas destacaram, na coletiva, que a origem desses contratos ainda deverá ser esclarecida a partir da documentação apreendida durante a operação. “Não é possível ainda formar um juízo de valor sobre a natureza desses contratos, o que buscamos são provas e estamos em fase de desenvolvimento. Por enquanto foi possível mapear transações suspeitas com empresas, como a Econorte”, disseram os investigadores. A operação Dragão aconteceu em cidades do Paraná, São Paulo e Ceará. Ao todo, as equipes policiais cumpriram 18 ordens judiciais, sendo 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva. 

    Segundo informações que constam no site da Triunfo Econorte, ela foi constituída em novembro de 1997, para assumir a concessão do Lote 1 do Programa de Concessão de Rodovias coordenado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná-DER, o Anel de Integração. A Triunfo Participações e Investimentos detém ainda 100% das ações de empresas que atuam no ramo de rodovias como Concepa, Concebra e Transbrasiliana. 

    Para os investigadores a operação dragão aponta mais uma vez para um quadro de corrupção sistêmica e de lavagem de dinheiro contínua. “Não estamos falando de um ato de corrupção isolado ou lavagem de dinheiro isolado. Há evidência de que esses operadores financeiros fizeram da lavagem a sua profissão. E o Estado não pode tolerar que pessoas façam de atividades criminosas suas profissões”, destacaram ainda durante a coletiva. 

    Outra empresa que detém ações da Concer, a Construcap, que responde por 18% das ações da empresa, já vem sendo alvo da operação desde julho, quando o presidente Roberto Capobianco foi preso por cinco dias, por uma determinação do juiz Sérgio Moro. Ele é investigado por fraudes em licitações e recebimento de propinas na contratação das obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio. 

    A Tribuna questionou a Concer e a Triunfo Participações e Investimentos, para saber se a investigação da Lava Jato interfere de alguma forma na operação e investimentos da concessionária, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. 

    Últimas