Lançamento de satélite dará projeção ao Brasil, diz presidente da AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB) está em contagem regressiva para o lançamento do satélite Amazônia 1 que ocorre na madrugada deste domingo (28). O satélite com produção e operação totalmente nacional será enviado ao espaço com uma missão específica: acompanhar de perto a Terra, em especial, a região amazônica.
O lançamento é parte da Missão Amazônia que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem por objetivo monitorar áreas desmatadas, agrícolas, além de desastres ambientais. O satélite Amazônia 1 será lançado pela Agência Espacial Indiana, em Sriharikota, às 1h54, no horário de Brasília. O lançamento será transmitido ao vivo pela Agência Brasil e pela TV Brasil.
O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, que acompanha a comitiva na Índia, disse que o momento é de expectativa e também de projeção do Brasil. “Os sistemas espacias, os satélites que observam a Terra a partir de um ponto de vista privilegiado, nos permitem conhecer melhor os nossos oceanos, os nossos biomas, a nossa atmosfera, compreender melhor esse conjunto de fatores fazem com que este planeta, até onde se saiba, seja o que contém as melhores condições de vida na forma como nós a conhecemos. Entender melhor nosso planeta é uma questão que afeta o nosso dia a dia e afeta também as gerações futuras. Por isso, é importantíssimo para a sustentabilidade da Terra e da humanidade”, declara Carlos Moura.
Ele acrescente que a projeção para outros corpos celestes contribui, para entender melhor como eles evoluíram, o que acontece com eles. “E existem missões que procuram entender como ocorreu a evolução de outros corpos, se houve vida ou não, se eles têm componentes materiais que podem ser úteis para humanidade ou não. Então, é um desbravamento. Assim, como aconteceu séculos atrás com as grandes navegações, hoje a humanidade também se projeta rumo a esses outros corpos celestes e para fazer isso existe uma demanda de desenvolvimento científico e tecnológico muito forte. Esse esforço que a humanidade faz também tem desdobramos interessantes em termos de materiais, de comunicação, de sistemas de controle. Algo que também pode ter desdobramentos no nosso dia a dia”, pontua.
De acordo com o presidente da AEB, O satélite Amazônia 1, que um satélite de sensoriamento remoto óptico. O satélite vai dar autonomia para o Brasil monitorar melhor os seus diversos biomas, os mares, todos os alvos de interesses. O satélite que estará sob domínio completo do Brasil. “É uma tecnologia que foi desenvolvida no país e ela tem a função de complementar o que já é feito hoje com os satélites desenvolvidos em cooperação com a China. Então, esses satélites têm uma órbita heliossíncrona e eles vão percorrendo a superfície da Terra e vão fazendo imagens de faixas da Terra e você tem uma atualização que demora, às vezes, cinco dias ou até mais”, explica.
O Amazônia 1 coroa esse esforço do Brasil que vem desde 1979,1980, com a Missão Espacial Brasileira, de o país ser capaz de desenvolver o satélite próprio de sensoriamento remoto óptico. Conforme destaca Moura, o “Amazônia 1 cumpre este objetivo de muitos anos atrás e ele também permite que a plataforma que está sendo utilizada para levar essa câmera óptica brasileira, a Plataforma Multimissão – que foi concebida também já há bastante tempo -, que ela finalmente voe e nós possamos testar todos os seus sistemas, ganhar maturidade tecnológica com tudo que a compõe e que ela possa a, partir de agora, ser utilizada em outros projetos ou ser atualizada ou modificada para se adaptar a missões diversas que os satélites podem cumprir. Então, eu tenho certeza de que vai ser uma satisfação muito grande para os profissionais da Agência Espacial Brasileira, do Inpe, os profissionais da nossa indústria e para toda a comunidade espacial brasileira”.