• La Niña deve ser mais curto que o esperado, segundo Organização Mundial de Meteorologia

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  • 06/mar 14:26
    Por Giovanna Castro / Estadão

    O fenômeno climático natural La Niña, que acontece desde dezembro de 2024, deve ser mais curto do que o habitual, de acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), piorando as condições de calor ao redor do mundo.

    Em relatório recém divulgado pela OMM, o La Niña vigente é definido como um “evento fraco” e incapaz de frear o aumento das temperaturas globais – no ano passado, meteorologistas já se preocupavam com o atraso do início do fenômeno.

    Mas isso não significa, necessariamente, que teremos um retorno rápido do El Niño, fenômeno que alterna com o La Niña e geralmente provoca temperaturas mais altas nas regiões tropicais, como no Brasil.

    “Previsões dos Centros Globais de Produção da OWM indicam que as atuais temperaturas da superfície do mar, mais frias que a média no Pacífico equatorial, devem retornar ao normal”, diz a OMM.

    “Há uma probabilidade de 60% de que as condições voltem a condições neutras de ENSO (nem El Niño nem La Niña) durante março-maio de 2025, aumentando para 70% em abril-junho de 2025.”

    Ou seja, o fenômeno pode durar cerca de seis meses, enquanto em condições normais, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, poderia ter mais de um ano de duração.

    A probabilidade de desenvolvimento do El Niño, conforme a OMM, é “insignificante” durante o período de previsão, de março a junho. Mas a incerteza nas previsões de longo prazo é “maior que a usual” devido à barreira de previsibilidade da primavera boreal, afirma a organização.

    O que é o La Niña?

    O La Niña consiste no resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do oceano Pacífico equatorial, especialmente na sua região central e oriental. Ele causa mudanças na circulação atmosférica tropical, incluindo os ventos, a pressão e os padrões de chuva. Geralmente, anos sob influência do La Niña são mais frios, enquanto os de El Niño são mais quentes.

    As mudanças climáticas têm bagunçado os fenômenos e é a isso que a OMM credita este La Niña mais fraco – nos primeiros meses de 2025, o Brasil e o mundo têm batido recordes de calor em meio ao fenômeno, que deveria provocar resfriamento maior que o do El Niño, influente nos últimos anos.

    “As mudanças climáticas induzidas pelo homem estão aumentando as temperaturas globais, exacerbando o clima e o tempo extremos, e impactando os padrões sazonais de chuva e temperatura”, ressalta o relatório divulgado pela organização mundial.

    Com temperaturas da superfície do mar acima do normal previstas para persistir em todos os principais oceanos – exceto pelo Pacífico oriental próximo ao equador -, as últimas previsões do relatório Atualizações Climáticas Sazonais Globais regulares (GSCU, na sigla em inglês) indicam temperaturas acima da média em quase todas as áreas terrestres do mundo.

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