• Koo: conheça a rede social indiana que quer substituir o Twitter

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  • 20/11/2022 19:20
    Por Estadão

    O aplicativo indiano Koo entrou nesta sexta-feira, 18, no radar dos brasileiros que buscam um substituto para o Twitter, que pode estar próximo de “quebrar”, segundo ex-funcionários da empresa. Mas o que faz a nova rede social?

    O Koo é uma plataforma de “microblogging”, similar à proposta do Twitter, fundado em 2006. Ou seja, é uma rede social para postar o que você está pensando: “O que está na sua cabeça?”, pergunta o aplicativo, disponível para iPhone e Android.

    Fundada em março de 2020, em Kannada, na Índia, a rede social permite que usuários publiquem fotos e GIFs, repostem vídeos do YouTube, façam enquetes e gravem áudios. Também é possível curtir publicações, comentar e repostar conteúdo de terceiros, recurso batizado de “re-koo”, similar ao retuíte do Twitter.

    Ainda, é possível escolher quem pode comentar nos posts (qualquer usuário, apenas amigos ou ninguém). Vale frisar: a rede social é totalmente pública, ou seja, tudo o que você postar poderá ser visto por outras pessoas.

    Ferramentas
    Um dos resursos que já chegam com o app é a opção de editar as publicações. O recurso, pedido por anos no Twitter, é nativo no Koo, e pode ser usado mesmo horas depois do post ter ido ao ar. A restrição é o engajamento: caso o usuário queira editar o “tuíte”, todas as curtidas e comentários desaparecem.

    Além disso, o limite de texto também é maior do que na rede do outro passarinho. Usuários tem até 500 caracteres para a publicação e é possível montar fios (as “threads”) na rede social.

    Atualmente, o Koo está disponível somente em inglês, hindu e outras nove línguas faladas na Índia. Segundo os fundadores do aplicativo, Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, a ideia do aplicativo é ser uma rede social baseada em linguagem, incentivando que as pessoas encontrem usuários de línguas similares.

    “O Twitter não possui a possibilidade de encontrar pessoas que falem a língua delas. Quando nos debruçamos sobre isso, notamos que conteúdos em línguas indianas eram extremamente pouco representados. Vimos um espaço que poderia ser preenchido não só na Índia, mas no mundo inteiro”, diz Bidawatka em manifesto sobre o app. “Isso é o que está por trás da ideia do Koo.”

    O pico de acessos, porém, já pode ser sentido pelos usuários da plataforma. Com a repentina migração de contas, o app apresentou instabilidade e lentidão para os novos “koolers”. De acordo com a empresa, o problema pode ser observado em toda a plataforma e foi causada diretamente pelo alto tráfego de usuários entrando no app no País.

    “Acreditamos que uma alternativa verdadeira ao Twitter não só é necessária, mas também é muito importante”, diz o fundador Bidawatka em publicação no Medium. “É preciso ter filosofias fortes que não vão contra o interesse da Humanidade. Proteger a troca pública de visões sem um paywall é o direito básico que a internet deve prover”, acrescenta, criticando a monetização de usuários proposta por Elon Musk.

    Sem português
    Apesar disso, o Koo não tem possibilidade de ser lido em português (nem do Brasil nem de Portugal). Nesta sexta-feira, o aplicativo afirmou que deve lançar uma versão para brasileiros nas próximas 24 horas, permitindo que os usuários do País consigam ver conteúdos não só em inglês, mas também em nossa língua nativa.

    “Em poucos dias, o Brasil está vindo para o Koo em hordas. Bem-vindo, Brasil!”, publicou o app nesta sexta na plataforma Medium, por onde se comunica institucionalmente. Pelo Twitter, a empresa se declarou para o País: “Brasil, você tem nosso coração e faremos tudo o que for preciso para retribuir o amor. Tenha fé em nós”.

    Outra publicação diz: “Obrigado pelo carinho Brasil! Faz apenas algumas horas e nós já te amamos”.

    Moderação de conteúdo
    Calcanhar de Àquiles de muitas redes sociais, a moderação de conteúdo deve ser, em breve, pauta para o app. No momento, as diretrizes da plataforma adotam uma tentativa de postura “neutra” e com transparência no funcionamento de algoritmos e impulsionamento de contas.

    “A plataforma não impõe suas próprias opiniões aos usuários. É neutro em suas operações. Uma plataforma precisa ser sobre as pessoas. Não sobre si mesma e seus interesses”, explica o termo.

    A empresa também informou que produz relatórios sobre transparência, que podem ser encontrados no site da plataforma. “Acreditamos que os usuários devem saber tudo o que acontece na plataforma para que possam operá-la com total confiança. Eles precisam conhecer os algoritmos, políticas, diretrizes da comunidade, regras para obter uma marca de seleção de eminência, etc. Publicamos tudo isso claramente em nosso site para impulsionar esse sistema de valores em nossa comunidade e internamente.”

    Koo?
    O nome excêntrico para o brasileiro chama a atenção, é claro.

    Segundo os fundadores do aplicativo, “Koo” é o nome do som feito pelo pássaro amarelo que é o logotipo da rede social — assim como o Twitter, cujo símbolo é um passarinho azul.

    Ainda assim, em tom de brincadeira, a página oficial do Koo no Twitter tuitou, em português: “Você quer uma mudança no nome da marca? Se sim, por favor sugira nomes.” Como resposta, os usuários disseram que preferem manter o nome.

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