• Kerry diz que conversou com Salles e França sobre metas climáticas do Brasil

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 30/04/2021 19:38
    Por Iander Porcella / Estadão

    O enviado especial dos Estados Unidos para questões relacionadas ao clima, John Kerry, disse que conversou nesta sexta-feira, 30, com os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e das Relações Exteriores, Carlos França, sobre as metas climáticas do Brasil. No Twitter, o conselheiro de Joe Biden afirmou que espera trabalhar em conjunto com as autoridades brasileiras para assegurar um futuro seguro, próspero e sustentável no mundo.

    Durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, realizada virtualmente por Biden neste mês, Kerry chegou a elogiar o discurso do presidente Jair Bolsonaro, que participou do evento no dia 22 de abril. O enviado especial da Casa Branca disse que as declarações do mandatário brasileiro o surpreenderam positivamente. Ele, entretanto, cobrou resultados concretos do País no combate ao desmatamento.

    “Falei com o ministro do Meio Ambiente do Brasil @rsallesmma e o ministro das Relações Exteriores França @ItamaratyGovBr hoje sobre as novas e importantes metas climáticas do Brasil. Esperamos continuar a trabalhar juntos para colocar nosso mundo no caminho de um futuro seguro, próspero e sustentável”, escreveu Kerry hoje no Twitter.

    No evento promovido pelo governo americano, Bolsonaro disse que ouviu o pedido de Biden para adoção de medidas mais firmes de preservação ambiental e se comprometeu a alcançar a neutralidade climática no Brasil até 2050.

    Para isso, o líder brasileiro prometeu eliminar o desmatamento ilegal no País até 2030. Ele também voltou a pedir ajuda financeira internacional para a preservação ambiental no Brasil. O chefe do Palácio do Planalto já havia feito a cobrança em carta enviada a Biden.

    Na semana anterior à cúpula, a Casa Branca já havia cobrado um “comprometimento” claro do país sobre a questão ambiental. “Acreditamos que é realista para o Brasil atingir uma redução real do desmatamento até o final da temporada de incêndios de 2021”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, durante uma coletiva de imprensa em 14 de abril.

    Em março, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, conversou por telefone com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que busca se engajar em uma agenda de proteção da Amazônia. A pauta ambiental é uma das prioridades do governo Biden, que assumiu o cargo de presidente dos EUA em 20 de janeiro.

    “A secretária Yellen expressou sua intenção de aprofundar a cooperação com o Brasil para enfrentar os principais desafios regionais e globais, incluindo o apoio a uma forte recuperação da pandemia de covid-19, combate à desigualdade, desenvolvimento de infraestrutura sustentável e abordagem vigorosa da ameaça das mudanças climáticas”, dizia uma nota divulgada pelo Departamento do Tesouro americano.

    Durante a campanha eleitoral de 2020 nos EUA, Biden chegou a sugerir que poderia aplicar sanções ao Brasil por causa do desmatamento na Amazônia. A vice-presidente americana, Kamala Harris, também já criticou a política ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro.

    Em carta enviada a Biden em 20 de janeiro, dia da posse do democrata, Bolsonaro disse estar pronto para continuar a parceria com os EUA na questão ambiental. “Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado”, escreveu o presidente brasileiro.

    No ano passado, contudo, Bolsonaro chegou a dizer que apoiava a reeleição do ex-presidente americano Donald Trump. A vitória de Biden foi confirmada no dia 7 de novembro, após um atraso na contagem de votos por correio, mas o presidente brasileiro só reconheceu o resultado da eleição americana mais de um mês depois, no dia 15 de dezembro.

    Últimas