• Justiça expede prisão de Arthur Soares, o ‘Rei Arthur’, e afastamento de delegado da Polícia Civil

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 12/05/2022 10:12
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    A 1ª Vara Especializada da Capital expediu mandado de prisão preventiva contra Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”, e o afastamento do delegado Ângelo Ribeiro de Almeida Junior, por corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

    De acordo com o MP, a Justiça determinou a expedição de ofício à Interpol solicitando a extradição de Arthur Soares, que encontra-se preso administrativamente nos Estados Unidos e com audiência marcada para esta sexta-feira (13). O Juízo também determinou o afastamento do Delegado da Polícia Civil da corporação e da Assembleia Legislativa do Rio, onde exercia cargo de assessoramento, entre outras medidas cautelares.

    De acordo com a denúncia oferecida, Arthur Soares é acusado do pagamento de propina ao delegado em troca de proteção em inquéritos tributários da Delegacia Fazendária, na época comandada por Ângelo Ribeiro. Também constam como denunciados a mulher do policial, Renata Andriola de Almeida, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Eliane Pereira Cavalcante e Claudio de Albuquerque Haidamus, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

    Segundo a acusação, para ser beneficiado em inquéritos policiais que tramitavam na DELFAZ, relacionados a empresas das quais era sócio ou tinha interesses, Arthur Soares transferiu, em agosto de 2014, R$ 2 milhões para que o delegado e sua mulher adquirissem a franquia do restaurante L’Entrecôte de Paris, em Ipanema, através de um simulado contrato de mútuo – diversas versões do simulado contrato foram localizadas no decorrer da investigação – que foi utilizado como forma de encobrir a propina negociada, a fim de atender aos interesses do empresário para que os inquéritos tributários não o prejudicassem.

    O delegado esteve lotado na delegacia entre 2008 e 2015, quando apurados indícios de enriquecimento ilícito, com uma mudança de seu padrão de vida. No período, inquéritos relacionados a Arthur Soares tramitavam durante anos, sem terem sido concluídos. Posteriormente, Ângelo foi cedido à ALERJ, por meio do então deputado Jorge Picciani, para atuar na presidência e depois esteve nomeado para exercer consultoria orçamentária e financeira da Casa Legislativa, onde se encontra atualmente lotado.

    A investigação, que teve início em 2018 a partir de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) próprio do MPRJ, teve declínio de atribuição ao Ministério Público Federal após sua instauração e primeiras diligências. A partir de decisão do ministro Gilmar Mendes, o PIC retornou recentemente ao MPRJ com o compartilhamento de provas obtidas no âmbito, dentre outras, da Operação Titereiro do Ministério Público Federal.

    Últimas