• Justiça determina bloqueio de bens e o afastamento do delegado que extorquia comerciantes da Rua Teresa

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  • 22/07/2021 10:44
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    A 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital determinou o afastamento e o bloqueio de bens do delegado de polícia Maurício Demétrio Afonso Alves e dos agentes públicos que fazem parte do grupo criminoso que extorquia comerciantes da Rua Teresa. O valor que deve ser bloqueado é de R$ 2,8 milhões. A justiça também determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos 11 réus.

    A justiça acatou o pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) que abriu ação civil pública para investigar o caso. O delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, três policiais civis, um perito criminal e outras seis pessoas são investigados por atos de improbidade administrativa.

    Em junho, durante a Operação Carta do Corso, seis pessoas foram presas: o delegado, policiais civis e uma comerciante da Rua Teresa. Durante os mandados de busca e apreensão foram encontrados nos endereços do delegado três veículos de luxo blindados, mansões na Costa Verde, dezenas de relógios e a guarda de grandes quantias em espécie – entre elas R$ 250.000,00 – que estava em seu apartamento em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.

    De acordo com as investigações do MP, a organização criminosa era chefiada pelo delegado Maurício Demétrio, que era titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), aparelhou a estrutura da Polícia Civil para praticar diversos atos ilícitos, incluindo a omissão dos agentes estatais (além de Maurício, os três policiais civis e um perito criminal) no combate ao crime, em troca do recebimento de vantagens ilícitas.

    Segundo o Ministério Público, o grupo agiu entre os anos de 2018 e 2021 extorquindo os comerciantes que vendiam roupas piratas. Ao invés de reprimir a prática de pirataria na Rua Teresa, os acusados exigiam dos lojistas o pagamento de vantagens financeiras para que pudessem continuar comercializando as roupas falsificadas.

    Além de Maurício Demétrio, figuram como réus na ação civil pública do Ministério Público os policiais civis Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira e Luiz Augusto Nascimento Aloise, o perito criminal José Alexandre Duarte, Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca, Rodrigo Ramalho Diniz, Ricardo Alves Junqueira Penteado, Alberto Pinto Coelho e Verlaine da Costa Pereira Alves.

    O Ministério Público aponta os policiais e o perito como os executores das diligências em represália aos lojistas que se recusavam a pagar os valores exigidos, enquanto os comerciantes Alex Sandro, Ana Cristine e Rodrigo eram responsáveis pela operação do esquema ilegal, recolhendo os valores cobrados pela organização e ameaçando os lojistas para que fizessem os pagamentos.

    Ainda de acordo com o MP, os réus Ricardo, Alberto e Verlaine, apesar de não integrarem formalmente a organização, figuram no polo passivo da ação pelo exercício de atividades relevantes à consolidação dos atos ilícitos praticados, concorrendo de forma direta e eficaz para a consumação das ilegalidades. De acordo com a ação, o advogado Ricardo teve papel relevante no planejamento e execução das duas fases da Operação “Raposa no Galinheiro”. Já Alberto e Verlaine atuaram de forma incisiva na lavagem de dinheiro da organização criminosa, permitindo a ocultação de patrimônio oriundo de crimes.

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