Justiça decide manter presos padrasto e mãe acusados de torturar e matar menina de quatro anos no Quitandinha
O padrasto e a mãe acusados de torturar e matar a filha de quatro anos vão continuar presos. Em audiência de custódia realizada na segunda-feira (19), o juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese converteu a prisão em flagrante, em prisão preventiva. Agora, o casal fica preso sem previsão de soltura. A menina morreu na quinta-feira (15), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Alcides Carneiro (HAC) com traumatismo craniano. O casal foi preso em casa, no Quitandinha, na sexta-feira (16). Eles confessaram o crime.
“No que diz respeito à conversão da prisão em flagrante em preventiva, entende este magistrado que a prisão se mostra necessária e proporcional, data vênia do entendimento defensivo, devendo ser destacado que os fatos imputados aos custodiados são tipificados como crime grave, notadamente porque dos autos se extrai que o indiciado teria agredido de forma violenta a vítima, uma criança de quatro anos e sua enteada, que, mesmo após o socorro médico, veio a óbito com diversos hematomas pelo corpo”, ressaltou o juiz na decisão.
O laudo de necropsia apontou que a menina era vítima frequente de maus tratos, uma vez que havia lesões cicatrizadas. De acordo com o delegado titular da 105ª Delegacia de Polícia (DP), João Valentim, a mãe contou que também sofria violência e que por isso tinha medo de denunciar o companheiro. Nos depoimentos também foi confirmado que a menina vinha sendo torturada pelo padrasto há um ano.
Em uma das sessões de tortura, ocorrida em janeiro do ano passado, a criança foi queimada pelo padrasto nas mãos e nas costas. Ele teria jogado água quente nela. O irmão mais velho da menina, de sete anos, também era vítima da violência do padrasto. O casal ainda tem um bebê, de quatro meses. As duas crianças estão em instituição de acolhimento.