• Juros: taxa longa sobe à espera de anúncio de medidas para conter inflação alimentar

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  • 06/mar 18:41
    Por Caroline Aragaki / Estadão

    O vértice longo dos juros futuros, que subiu 11 pontos-base, renovou máxima após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mencionar o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará medidas para conter a inflação de alimentos – para o mercado, há risco de que a iniciativa prejudique a sustentabilidade da dívida pública. Já o restante da curva fechou mais perto dos ajustes, à espera da divulgação do PIB do quarto trimestre de 2024 do Brasil e do payroll dos Estados Unidos, ambos amanhã cedo.

    A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou a 14,815%, de 14,805% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2027 subiu para 14,820%, de 14,775%. Já o DI para janeiro de 2029 avançou para 14,880%, de 14,775% no ajuste de ontem.

    A Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que a reunião com empresários do setor de alimentos começou no fim da tarde, sob coordenação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Além dele, também participam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

    Mais cedo, Fávaro afirmou que Lula anunciaria ainda hoje novas medidas para conter a inflação alimentar. Para o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama, tal expectativa “reacende a discussão, que tem ganhado força nas últimas semanas, sobre a sustentabilidade da dívida pública e a possibilidade de que o governo aumente os gastos, enquanto o mercado ainda entende que este tema é muito sensível”.

    “Temos visto preocupação do mercado sobre a direção do governo, que talvez esteja optando mais pelo apelo da popularidade em detrimento das pautas que o mercado vê como importante”, afirma Okuyama, da Porto. Assim, a ponta longa da curva de juros ficou mais resistente e subiu 11 pontos-base.

    Os outros vértices operaram com volatilidade estreita. “Desde performance muito negativa nos ativos na sexta-feira até ontem, quando teve reversão relevante, acho que nesta quinta-feira já era esperada uma volatilidade em nível mais comportado. Volatilidade é normal, ainda mais observando Treasury com movimentos relevantes também”, afirmou o gestor da Porto Asset.

    Hoje o Tesouro Nacional realizou um “leilão de prefixados pouco maior que o da semana passada e menor que todos os demais leilões do ano”, segundo a XP Investimentos. Contudo, “após a divulgação do edital, não foi identificada nenhuma alteração na curva”.

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