• Juros lá em cima, Bolsa lá em baixo

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  • 30/09/2022 16:00
    Por Rafael Cataldo*

    Essa é uma máxima no mercado financeiro e é o que ocorre no cenário mundial. 

    Na última semana tivemos a Super Quarta, dia no qual o Copom, Comitê de Política Monetária brasileiro e FED, Federal Reserve, o banco central americano, anunciaram suas taxas para o próximo período. 

    A nossa Selic foi mantida em 13,75% mas a taxa americana foi elevada em + 0,75%.

    Outros vários bancos centrais ao redor do mundo seguiram o Fed elevando as taxas básicas de suas economias.

    Bolsas ao redor do mundo despencaram.

    Nosso Ibovespa saiu de 114 para 107 mil pontos:

    O S&P 500, índice composto por quinhentos ativos cotados nas bolsas americanas, e o Dax, índice da bolsa alemã para termos uma referência europeia, despencaram.

    Mas por que isso ocorre?

    Primeiramente, o investidor, em qualquer lugar do mundo, busca rentabilidade com o menor risco possível. Se os ativos X e Y apresentam a mesma rentabilidade e um deles apresenta maior risco de prejuízos, a escolha natural de um investidor é alocar o seu recurso no ativo com o menor risco.

    No caso das elevações das taxas básicas de juros de vários países que resulta na remuneração que estes países pagam aos investidores que optam por alocar recursos nos títulos de renda fixa dos tesouros destes países, o investidor é induzido a rebalancear sua carteira retirando de ativos com maior risco, as ações em bolsa, e alocando em nos ativos de menor risco, os títulos de países com economias fortes.

    Assim, quando o Fed, que é o banco central americano eleva sua taxa básica de juros, investidores do mundo todo migram seus recursos para a economia americana. O fluxo de capitais para os países que estão elevando suas taxas é grande pois a rentabilidade e a segurança são maiores para o investidor.

    A questão é “Para que correr risco se na renda fixa já se pode obter boa rentabilidade?”

    Mas por que subiram as taxas?

    No pós pandemia, as conjunturas econômicas levaram à uma inflação global muito elevada. A Alemanha por exemplo, não enfrentava uma inflação tão alta desde a Segunda Guerra Mundial, dado levantado de forma inteligente pelo Fernando Ulrich no seu vídeo que faço questão de indicar no link abaixo:

    E o Brasil nessa onda de elevações de taxas, por que parou de subir suas taxas?

    Nos últimos meses já tivemos retração no IPCA, índice divulgado mensalmente pelo IBGE que mede nossa inflação e para o qual achei interessante gráfico de sua série histórica desde julho de 1994, no próprio site do IBGE:

    Assim temos um cenário interno brasileiro melhor do que o cenário externo, pois lá fora os índices inflacionários continuam a subir e tudo indica que as taxas de juros vão continuar subindo nessa disputa ferrenha.


    Apesar do cenário interno, tudo indica que apesar do fim do ciclo de alta, a Selic deve permanecer neste patamar pelo menos até meados de 2023, no mínimo, conforme indica o próprio relatório Focus divulgado na última segunda-feira.

    https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus/23092022

    E o investidor brasileiro, como pode aproveitar esse cenário?
    Ainda devemos considerar que estamos há poucos dias das eleições presidenciais. Os rumos da eleição podem influenciar alguns ativos. A guerra da Ulcrânia também deve ficar no radar pois pode influenciar principalmente alguns comodities.

    Vale uma visita ao artigo do O Especialista que dá dicas de fundos multimercado para que o investidor aproveite a volatilidade a seu favor fazendo uso destes fundos ágeis e resilientes. https://oespecialista.com.br/juro-vai-cair-quando/. Outra dica é o artigo do Valor Invest que lista fundos multimercado que tiveram bom histórico na última eleição, com todas as ressalvas do cenário econômico daquele ano.

    Detalhe: Muitos destes fundos estão disponíveis em nossa plataforma Safra Invest pois são distribuídos por várias casas de investimento. Venham conversar e depurar estas indicações de acordo com o perfil do investidor e seu momento de vida.

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