• Juros caem por influência negativa dos Treasuries, mas fala de Campos Neto limita queda

  • 16/ago 11:05
    Por Gustavo Nicoletta / Estadão

    As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) operaram em queda no início do pregão desta sexta-feira, 16, acompanhando o ajuste para baixo nas taxas dos Treasuries, que subiram ontem com o deslocamento das apostas do mercado para um afrouxamento menos intenso da política monetária dos Estados Unidos em setembro.

    O declínio, no entanto, é limitado por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando a insatisfação do Comitê de Política Monetária (Copom) com a permanência das expectativas de inflação em níveis superiores aos do centro da meta (3,0% ao ano), o que mantém no radar a possibilidade de a taxa básica de juros, a Selic, voltar a subir.

    Segundo Jefferson Lima, gestor da mesa de reais e juros da CM Capital, mesmo com a queda de hoje nas taxas, a curva de juros ainda aponta para o risco de aumento de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião do Copom. Ele ressalta que a falta de clareza sobre o comportamento dos juros no longo prazo mantém a curva praticamente sem inclinação.

    Os investidores deixaram em segundo plano declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, associando a troca do comando no Banco Central à queda da Selic e sugerindo que o diretor de política monetária da instituição, Gabriel Galípolo, pode não ser escolhido como o sucessor de Campos Neto.

    Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula comentou sobre a mudança no comando do Banco Central e disse que a expectativa do governo é de que a instituição comece a diminuir a taxa básica de juros.

    Ele também indicou que ainda não bateu o martelo sobre quem será o sucessor de Campos Neto, e afirmou que o próximo presidente do Banco Central não deverá favores ao presidente da República, mas precisará ter coragem para reduzir os juros quando isso for necessário.

    Por volta das 11 horas, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caía a 11,505%, de 11,545% no ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 recuava a 11,450%, de 11,512%. A taxa para janeiro de 2029 rodava a 11,455%, de 11,534% no último ajuste. Entre os Treasuries, a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,051%, de 4,095% no fim da tarde de ontem, e a da T-note de 10 anos tinha queda a 3,892%, de 3,914%.

    Últimas