• Juíza vê ‘riscos incalculáveis’ em transferência e mantém urso Robinho no Zoológico de Goiânia

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  • 05/abr 16:03
    Por Rayssa Motta / Estadão

    Uma nova decisão da Justiça de Goiás manteve o urso Robinho no Zoológico de Goiânia. Uma ONG de defesa dos direitos dos animais tenta transferir o urso para um santuário em São Paulo.

    É a primeira decisão de mérito no processo, que se arrasta há mais de quatro anos. As outras decisões eram liminares, ou seja, provisórias. Cabe recurso.

    A juíza Jussara Cristina Oliveira Louza, da 3.ª Vara da Fazenda Pública, levou em consideração que Robinho ganhou um novo espaço no zoológico. O ambiente é maior, climatizado e tem piscina.

    “As fotografias juntadas aos autos comprovam nitidamente o bem-estar do urso Robinho, notadamente através da existência de piscina, tanques de água, plataforma suspensa para descanso, caverna e tronco de árvore, para enriquecimento ambiental, área de chão coberta com brita, com terra e grama, realização constante de exames e também pela alimentação fornecida”, diz um trecho da decisão.

    Na avaliação da juíza, a transferência “fere a razoabilidade” e demandaria “adaptação, com riscos incalculáveis”. Robinho vive no zoológico desde que nasceu, em 2003.

    “Friso que restou devidamente comprovado que no local onde se encontra o urso Robinho (Parque Zoológico) as condições são adequadas para sua espécie, recebendo o devido tratamento para garantir seu bem-estar”, acrescentou a magistrada.

    O caso do urso Robinho ganhou repercussão nas redes sociais. Um abaixo-assinado para transferir o animal teve mais de 47 mil assinaturas. Ele é filho da ursa-parda Lucy, que era considerada uma das mais velhas do mundo e que viveu décadas no Zoológico de Goiânia, até outubro de 2019, quando morreu.

    O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal está por trás da ação para transferir Robinho e já entrou com recurso. A diretora jurídica da ONG, Ana Paula Vasconcelos, afirma que a decisão viola a dignidade do animal e insiste que ele vive em condições “precárias”.

    “É necessário que o Judiciário entenda, de uma vez por todas, que a sociedade evoluiu no trato com os animais. Esse posicionamento antropocêntrico em ver o animal como um patrimônio do município de Goiânia não condiz com o nosso avanço civilizatório.”

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