Jovem que confessou ter matado a mãe no Bingen deve ser entregar nesta quarta-feira

A jovem Paloma Botelho Vasconcelos, de 21 anos, que matou a própria mãe, a comerciante Dircilene Botelho Garcia, de 51 anos, deve se apresentar nesta quarta-feira na 105ª Delegacia de Polícia (DP), no Retiro. O namorado dela, Gabriel Molter Neves, de 26 anos, que confessou participação no crime, também deve se apresentar. Os dois já têm mandado de prisão expedido pela Justiça e prestaram depoimento na delegacia no último domingo (7). Devido à lei eleitoral – que proíbe, dentro do prazo de cinco dias antes do pleito a até 48 horas depois da conclusão da eleição, prisões, exceto em casos de flagrante – eles não ficaram presos.

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Ao ser questionada sobre a motivação do crime, Paloma disse que estava em tratamento psiquiátrico e que sofria maus-tratos da mãe. Ela alegou que foi induzida pelo namorado, mas a versão foi contestada por ele. Em depoimento na delegacia, Gabriel afirmou que foi Paloma que teve a ideia de assassinar Dircilene. Segundo ele, a jovem estava há alguns meses planejando o homicídio. 

Os dois alegaram que, com a morte da comerciante, eles ficariam "livres" para viver o romance. Paloma e Gabriel estavam juntos há dois anos e meio e, há alguns meses, depois de uma briga, Gabriel foi proibido de frequentar a casa da família.

Dircilene foi assassinada em casa na terça-feira, dia 2, pela filha e o namorado dela.

Dircilene foi assassinada com uma injeção de ar aplicada pela própria filha na veia do pulso direito da mãe. O crime aconteceu na terça-feira, dia 2, e só foi descoberto dois dias depois, após o velório e o sepultamento, quando o padrasto de Paloma viu as imagens de câmera instalada no quarto do casal, onde o corpo da comerciante foi encontrado. O equipamento tinha sido colocado no local porque a família havia notado sumiço de dinheiro do quarto. 

Quando o padrasto chegou em casa, no Bingen, na noite de terça-feira, viu o corpo da mulher na cama. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e o médico constatou morte natural, por não ter encontrado vestígios de crime. Enquanto o atendimento era feito, Paloma estava no seu quarto e Gabriel, escondido embaixo da cama da namorada.

Na quinta-feira, dia seguinte ao enterro de Dircilene, o padrasto viu as imagens e descobriu o crime. Paloma e Gabriel fugiram logo depois. "Eu não sabia que havia câmeras no quarto. Quando cheguei em casa e vi que ele estava assistindo tudo, fiquei com medo e fugi. Liguei para o meu pai e disse que queria me matar, mas ele me convenceu a não fazer isso. Ele me convenceu também a me entregar", contou Paloma, durante entrevista para a Tribuna.

As imagens das câmeras ainda estão sendo analisadas pela polícia e não foram divulgadas. Os investigadores também esperam os laudos do exame de necrópsia, que não têm data para ficarem prontos. O corpo de Dircilene foi exumado na última sexta-feira (5), depois que a Justiça acatou um pedido do delegado titular da 105ª DP. O laudo do médico legista vai indicar a causa da morte.