• José de Alencar: vida e obra

  • 03/05/2019 15:00

    Nosso maior prosador do Romantismo, José de Alencar nasceu em Mecejana (CE), a 1º de maio de 1829 e, vitimado pela tuberculose, faleceu no Rio de Janeiro (12/12/1877). Bacharel em Direito pela Faculdade de São Paulo (1850), colaborou bastante na imprensa do Rio de Janeiro, a partir de 1854,  principalmente como redator-chefe e diretor do Diário de Rio de Janeiro. Político, foi deputado conservador e ministro da Justiça (1867); porém, candidato a senador (1869), não foi escolhido por D. Pedro II; desgostoso, deixou a política. Casou-se com Georgiana Cochrane (1864), de quem teve seis filhos, sobretudo o escritor Mário de Alencar. José de Alencar foi romancista, dramaturgo e poeta, sendo notável a sua contribuição para a literatura brasileira. Com orgulho do Brasil, sempre se caracterizou pelo amor às coisas de sua terra e gente. Assim, envolveu-se em polêmicas que se tornaram famosas. Empregou em seus textos a sintaxe especialmente brasileira do português. Em sua obra estão presentes o Brasil rural e urbano, e neles o autor abrangeu os mais variados aspectos da nossa sensibilidade e formação, inclusive o indígena, de grande vulto em seus romances e na poesia que nos deixou, sendo Alencar o expoente maior do Indianismo na ficção brasileira. Seus romances costumam ser divididos em “romances indianistas” (O Guarani, 1857, Iracema, 1865, Ubirajara, 1874), “romances urbanos” (Lucíola, 1862; Diva, 1864; Sonhos de ouro, 1872; Senhora, 1875; Encarnação – póstumo, 1893), “romances regionalistas” (O gaúcho, 1870; O tronco do ipê, 1871; O sertanejo, 1875) e “romances históricos” (As minas de prata, 1862; A guerra dos mascates, 1873; e Alfarrábios – conjunto de três romances: O garatuja, O ermitão da Glória, A alma de Lázaro, 1875). Nesta classificação, que pode ser questionada, escolhi apenas os títulos mais importantes e/ou significativos. O Guarani, sua estréia em livro, deu-lhe renome nacional; Iracema, na edição crítica (1965) que lhe foi consagrada no centenário da edição princeps, revelou, segundo o bibliófilo Plínio Doyle, nada menos de cento e seis edições publicadas nesse período!             

    No entanto, sua obra teatral é muito inferior, somente destacando-se O demônio familiar (1858) e Mãe (1859). De todo modo, Alencar deixou-nos dois textos em que comenta com demora suas atividades de escritor, ambos de publicação póstuma: Como e porque sou romancista  (1893), e Como e porque sou dramaturgo. Sua obra poética, praticamente se reduz ao longo poema Os filhos de Tupã, escrito em 1863 e de publicação póstuma (1910). Alencar é patrono da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, cujo fundador é Machado de Assis.

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