• Jornalista e músico relembra dura jornada e exalta o esporte para a qualidade de vida

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  • 29/02/2016 10:00

    No dia 19 de fevereiro de 2011, Flavio Berredo saiu do Centro de Petrópolis, deixou sua bicicleta na rodoviária do Bingen, de onde partiu para percorrer cerca de 70 quilômetros, entre corrida e caminhada, e chegar até o bairro das Laranjeiras, na zona Sul do Rio de Janeiro. A saga começou à 3h30 da manhã e foi acabar apenas onze horas depois, quando chegou à sede do Fluminense. Cinco anos depois, o jornalista e músico, aos 41 anos, coleciona mais algumas maratonas e aventuras na bagagem, e guarda na memória a experiência.

    Era um dia quente de verão e a lua cheia ajudou na iluminação da descida da serra. A ideia surgiu após correr sua primeira maratona, a do Rio, em 2010. Numa aula de pilates, no atual Espaço Ganesha, um amigo informou que os 42 quilômetros – distância da maratona – equivaliam à descida da serra mais a Baixada. “Ali começou. Então, quando comecei a ficar bem fisicamente depois da maratona, a ideia foi ir ganhando força até realizar. Foi muito desgastante mas valeu cada passo”, lembra.

    A aventura durou 11h01m de muita superação, muito suor e calor, contando as paradas de hidratação e alimentação. Com o tempo, as distâncias caminhadas passaram a ser maiores que as corridas, encerrando numa estimativa de 45 correndo para 25 andando. Depois da sombra da velha Perimetral, a partir da Avenida Rio Branco, só foi possível andar. “O fim foi difícil, muito quente, é semDe olho nas Olimpíadas, Avancini irá competir na Copa Levorin em Minas O petropolitano embarca para Araxá, onde irá participar da competição. Roger Celestino (D) representou o Vasco no Brasileiro de cross country. pre um grande aprendizado, especialmente pelo desenvolvimento mental. Valeu muito também pela parte social de passar por lugares abandonados e considerados violentos, e ser bem tratado por toda a parte. Às vezes, nem acredito que fiz”.

    Quatro meses depois, Flavio Berredo fez o caminho de volta, subiu a serra num dia de temperatura mais amena. Em 2012, correu novamente a Maratona Caixa do Rio no seu melhor tempo: 3h55min. Em setembro do mesmo ano fez o E3, saindo de bicicleta de Petrópolis até Laranjeiras, de onde correu 20 quilômetros até a Barra e fechando com a subida da Pedra da Gávea, com um total de 8h08min. Em agosto de 2013, correu 50 quilômetros de Xerém a Laranjeiras, ligando em pouco mais de seis horas as duas sedes do Fluminense, que registrou a conquista em seu site. “Ter a Travessia Tricolor oficializada no site do clube detentor da Taça Olímpica é a minha maior honraria”, admite.

    Três meses depois, correu 30 quilômetros do Boa Esperança ao Ginásio do Pedrão em Teresópolis, em homenagem às vítimas da tragédia de 2011. Sua última prova oficial foi a maratona de Santa Catarina, em Florianópolis, em 2014. Agora, tem vontade de correr a Meia Maratona em Petrópolis, em março, e comemora a realização desse evento. “Sensacional para a cidade ter uma prova com essa distância. Enalteço todos os organizadores, que ultimamente têm se esforçado em fazer várias corridas com muita competência e sucesso, incentivando novos adeptos. Valorizo muito essa Meia, uma longa de respeito, e a iniciativa. No momento, ainda estou sonhando com ela, espero conseguir participar”, diz.

    Flavio Berredo, que concilia sua atividade profissional de comunicação empresarial e marketing esportivo com a artística, como baterista, teve sua primeira prova oficial, em 2008, quando completou os 21 quilômetros da Meia Caixa do Rio em 1h48min, junto com o irmão Fernando, já confirmado na edição de Petrópolis. “Creio que já realizei o sonho de correr uma maratona e outras aventuras longas, e sinto-me realizado nessa área, sinceramente. Agora quero apenas cuidar da saúde, viver bem com qualidade de vida, essa é a ideia principal”, projeta.

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