John Textor contrata ex-promotor do Fifagate para processar Leila Pereira: ‘Vou atrás dela’
John Textor, o dono da SAF do Botafogo, não poupou palavras contra Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e afirmou que pretende processar a dirigente na Justiça dos Estados Unidos por calúnia e difamação. O dirigente do clube carioca, que é americano, também disse ter contratado o advogado Paul Tuchmann, ex-promotor responsável pelo julgamento do Fifagate, para liderar o caso na Justiça.
“Ela cruzou a linha. Eu vou atrás dela. Eu contratei Paul Tuchmann, que teve papel determinante na queda de dirigentes da Fifa. Ele agora está no setor privado, é advogado. Eu vou olhar de forma responsável o que pode ser feito. Estou obviamente sendo atacado”, afirmou Textor. A declaração foi dada em entrevista ao site ge e ocorre após uma série de acusações e críticas que vem sendo trocadas entre as duas figuras do futebol brasileiro.
“Não é um crime, porque Leila não fez nada nos EUA, mas é uma regra anticorrupção”, afirmou o dirigente. “Do ponto de vista de calúnia ou difamação, é claro. Ela faz uma campanha, dizendo na imprensa internacional que John Textor precisa pagar pelos crimes que cometeu contra a população, os clubes e as instituições do Brasil”.
Para justificar o processo, Textor recorreu a uma “ordem executiva” assinada por Joe Biden, presidente dos EUA, que proíbe a entrada de pessoas em solo americano que estejam “envolvidas com corrupção, incluindo lavagem de dinheiro ou obstrução de processos investigativos, entre outros atos”.
No ano passado, ambos os clubes disputaram o Campeonato Brasileiro, que acabou sendo vencido pelo Palmeiras. Após o final da temporada, o dirigente americano fez acusações graves de que o torneio havia sido palco de manipulações de resultados.
Em resposta às acusações de Textor, que deu a entender que o Palmeiras foi beneficiado pelas manipulações, Leila foi bastante dura. A dirigente alviverde chegou a chamar o americano de “irresponsável” e pedir que ele fosse “punido exemplarmente pelos crimes que tem cometido contra pessoas, clubes e entidades”.
As declarações inflamaram as torcidas brasileiras e chegaram até a virar caso de Justiça. As acusações de Textor, que segundo ele foram baseadas em um sistema de inteligência artificial que detecta comportamentos estranhos em uma partida de futebol, foram escutadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas foram rejeitadas.
O órgão concluiu que as provas apresentadas pelo empresário americano contra atletas, clubes e árbitros eram “imprestáveis”. O documento foi presidido pelo auditor do Pleno, Mauro Marcelo de Lima e Silva. A conclusão foi encaminhada para a Procuradoria da Justiça Desportiva. Diante da conclusão, Lima e Silva sugeriu uma suspensão de seis anos e a aplicação de uma multa ao empresário americano de R$ 2 milhões. As sanções seriam as maiores já propostas na história do STJD.
Ainda na fala de Textor, o auditor também foi colocado como alguém que “cruzou a linha” e foi classificado pelo dirigente americano como um “torcedor do Palmeiras”. Palmeiras e Botafogo se enfrentam na próxima quarta-feira, dia 17 de julho, às 21h30, pelo Campeonato Brasileiro. Em agosto, ambas as equipes voltam a jogar uma contra a outra pelas oitavas de final da Libertadores.