Jilmar Tatto rebate Padilha: Se tem zona de rebaixamento, tem ministro jogando na várzea
O deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário nacional de Comunicação do PT, rebateu nesta segunda-feira, 28, uma declaração do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Após o chefe da articulação política do Palácio do Planalto falar em “Z4”, como é conhecida a zona de rebaixamento em campeonatos de futebol, para se referir ao resultado do petismo nas eleições municipais, o parlamentar disse que alguns ministros estão “jogando na várzea”.
A Executiva Nacional do PT está em reunião para fazer o balanço das disputas por prefeituras. Além de apontar para ministros que, segundo ele, tiraram fotos com adversários dos petistas em algumas cidades, Tatto também afirmou que houve “erro tático” do partido na composição de chapas puramente de esquerda, como foi o caso de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) em São Paulo.
“Ficou totalmente desarticulada essa ação política do governo e de alguns ministros, porque teve caso de ministro que foi em cidade que tinha, por exemplo, candidatura do PT e foi tirar foto com o adversário”, declarou Tatto. “O Padilha fez também”, respondeu o deputado, ao ser questionado se a referência havia sido ao ministro da Educação, Camilo Santana.
Tatto disse que o partido nunca rejeitou a ideia de ter candidaturas mais amplas, para além da esquerda, e até as defendeu, mas ponderou que pela ótica do PT é negativo que um ministro tire fotos com concorrentes da chapa governista.
“O Padilha falou de zona de rebaixamento. Então, se teve zona de rebaixamento, não sei exatamente o que ele falou, tem muito ministro que está jogando na várzea. E isso é perigoso pensando em 2026”, disse o secretário de Comunicação do PT, em referência à próxima eleição presidencial.
O deputado criticou o apoio dos petistas ao PSOL em São Paulo, assim como fez o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, eleito prefeito de Maricá (RJ) neste ano. Tatto também disse que, no caso da candidatura de Boulos, os petistas teriam que ter, pelo menos, articulado um vice de centro – como um empresário – e não emplacado a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
“Quando Lula sinaliza que a candidatura na principal cidade do País é de um candidato do PSOL … nada contra figura do Boulos, não é isso … é que você sinaliza para o Brasil, para todas as cidades que a aliança nossa é de esquerda. E aí a gente perde a eleição e não sabe por quê”, declarou.
No segundo turno da eleição municipal, realizado neste domingo, 27, Boulos perdeu para o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que se reelegeu com 59,35% dos votos, contra 40,65% do psolista.
Tatto ressaltou ainda que a aliança puramente de esquerda feita na capital paulista também influenciou a composição de chapas em outras cidades, como Porto Alegre (RS), onde a vice da deputada Maria do Rosário (PT) foi Tamyres Filgueira (PSOL). Na capital gaúcha, o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), reelegeu-se com 61,53% votos, contra 38,47% de Rosário.