Jaspion e Ultraman disputam a atenção do premiê do Japão em visita à Liberdade
Ainda faltavam duas horas para o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, chegar, mas a fila ao redor da sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social (Bunkyo) já chamava atenção de quem passava pela Rua São Joaquim, no bairro da Liberdade, na área central de São Paulo.
O mais curioso é que um dos primeiros da fila não era um representante da comunidade japonesa, mas o estudante Murilo Marins, 18 anos. “Sou muito fã do Ultraman (personagem de uma série dos anos 60, mas que fez muito sucesso na TV brasileira nos anos 80). Tenho esse boneco desde pequeno (do Ultraman) e queria trazê-lo aqui para acompanhar a visita do ministro”, disse, ao exibir o boneco para a reportagem.
O sonho de Murilo era uma foto em trio com o ministro e seu Ultraman. “Muito difícil. O protocolo não vai permitir, mas já estou feliz de estar aqui”, comentou.
Mas Ultraman tinha um adversário a altura na fila da entidade japonesa: o Jaspion (outro personagem japonês de bastante sucesso). Na verdade, tratava-se do CEO da Prius, marca de cervejas artesanais e chás de cevada, Marcio Yuri Asanuma – que acaba de lançar uma cerveja do Jaspion. “Essa é uma visita muito importante para a comunidade japonesa no Brasil”, disse o empresário, que sonhava em entregar algumas garrafas da sua cerveja para o ministro.
Depois de um encontro no Palácio do Planalto na última sexta-feira (3) com o presidente Luiz Inácio LUla da Silva, Kishida veio cumprir uma intensa agenda em São Paulo, neste sábado (4). Depois da Liberdade, o primeiro-ministro foi ao Parque do Ibirapuera. Ele depositou flores no Memorial em Homenagem aos Imigrantes Pioneiros Falecidos e plantou uma cerejeira no Pavilhão Japonês. No roteiro, estavam programadas também ações na Japan House e na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Esta é a primeira vez que um chefe de governo japonês visita o Brasil desde 2016, quando Shinzo Abe esteve no País participando da cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio.
O primeiro ministro foi bastante pontual – chegando um pouco antes do horário previsto (13h). Ele foi recebido por alunos de escolas que promovem o ensino da língua japonesa e por “lobinhos” (escoteiros mirins).