• Jaguatirica é flagrada atravessando o faunoduto em um trecho da BR-040

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  • 13/02/2023 14:25
    Por Helen Salgado

    Uma jaguatirica foi flagrada pelas câmeras da Concer atravessando o faunoduto, túnel da rodovia, em um trecho da BR-040 no final do mês passado. Nesse local também já foram registradas passagens de pacas, tamanduás, iraras, capivaras e cachorros-do-mato.

    A jaguatirica, animal solitário e de hábito noturno, é um felino que pode ter de 7 kg a 15 kg; o animal se alimenta de roedores. Vale lembrar que nos pontos da rodovia onde essa espécie costuma ser atropelada, foram colocadas placas com fotos do animal para sinalizar a importância da redução de velocidade.

    Foto: Glauco Zeferino

    Como acontece a passagem desses animais pelo faunoduto?

    Os animais são induzidos à passagem de fauna através de uma cerca guia que fica às margens da rodovia. Ao tentar atravessar a BR-040, o animal se depara com a cerca e tende a ir acompanhando até chegar ao faunoduto.

    Glauco Zeferino é biólogo e conta que é importante que o animal transite pelos dois lados da rodovia e que não seja impedido somente pela cerca por conta do bloqueio de recursos.

    “Às vezes de um lado da rodovia nós temos alimento e do outro, temos água, recurso hídrico. De um lado, ele tem parceiro sexual para poder se reproduzir e do outro lado, ele tem algum outro tipo de recurso. Então, o animal precisa transitar entre os dois lados.”, afirma.

    Projeto Caminhos da Fauna

    Desde 2006, a Concer financia o projeto, que tem como base mitigar os atropelamentos da fauna silvestre. Para isso, a concessionária faz uma pesquisa a fim de compreender quais animais são vítimas de atropelamento e em quais pontos da rodovia.

    Glauco conta que os monitoramentos da fauna são feitos todos os dias da semana durante 24 horas e que, por isso, a Concer é pioneira nesse aspecto. Para realizar o monitoramento, a concessionária conta com os inspetores de tráfego, que são treinados para realizar o trabalho, e com o Glauco – que realiza o monitoramento rotineiro.

    Em Petrópolis, o Hospital Veterinário de Corrêas é conveniado ao projeto. Todos os animais resgatados vão para o local e recebem o devido tratamento. Já em Juiz de Fora, a Zoo Vet realiza os atendimentos. Após o tratamento, os animais que estão 100% saudáveis são devolvidos à natureza.

    Já para os animais que são encontrados mortos na rodovia, a equipe do projeto abre uma ficha que busca identificar a espécie do animal, o sexo, a idade e o ponto em que ele foi morto. Com o tempo, um banco de dados é criado. Isso permite que a equipe identifique em quais locais mais morrem animais e, assim, implantem medidas para a mitigação desses atropelamentos.

    Após isso, os animais são encaminhados ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e lá passam pelo processo de taxidermia. Os animais já empalhados vão para a coleção do museu.

    O biólogo conta também que, frequentemente, pega esses animais empalhados e leva até às escolas com o objetivo de mostrar para as crianças os animais em tamanho real, uma prática da Educação Ambiental.

    Para acompanhar as novidades e saber mais informações do projeto, basta seguir @caminhosdafauna.

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