Itapemirim chega na crise, mas já fala em voar ao exterior
O setor aéreo passa pela pior crise de sua história com a pandemia da covid-19, mas o presidente da Itapemirim, Sidnei Piva, acredita que esse é exatamente o momento para o grupo estrear no mercado de aviação. O executivo afirma que o plano da nova empresa é cobrir todo o território nacional e voar para Europa e Estados Unidos a partir de 2023. A investida nos céus ocorre em meio à recuperação judicial do grupo.
A ITA, nome da nova companhia aérea, começará a vender passagens na sexta-feira, dia 21, com viagem inaugural marcada para 29 de junho. “Estou buscando tirar esse rótulo de low-cost, mas também não teremos o preço mais caro”, disse o executivo ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
No início das operações, a ITA estará em oito aeroportos: Belo Horizonte/Confins (MG), Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro/Galeão (RJ), Salvador e São Paulo/Guarulhos (SP).
Até junho de 2022, a companhia espera receber 50 aeronaves da Airbus, sendo dez do modelo A319 e o restante, do A320. Elas não serão novas: a idade média da frota será de 5 a 6 anos. “Com o tempo, faremos um plano de renovação, à medida que a empresa for crescendo.”
O executivo está confiante que a Itapemirim conseguirá os horários de pousos e decolagens (slots) necessários para operar em outros aeroportos brasileiros, questão que historicamente rendeu embates no setor. “Por lei, as novas entrantes do mercado de aviação têm direito a slots e, com a nova distribuição de espaços prevista para outubro, é inevitável que a ITA esteja entre as companhias que vão obter esses slots.”
Piva afirma que a ITA recebeu um aporte de US$ 500 milhões de dois fundos de investimento dos Emirados Árabes – cujos nomes não pode abrir por causa de um termo de confidencialidade. “Para nós, seria até bom divulgar o nome de um desses fundos, que atua no setor aéreo, mas não podemos”, diz.
Céu de brigadeiro? O desafio da Itapemirim, no entanto, supera o cenário macro. O executivo diz que a recuperação do braço rodoviário foi aprovado por 97% dos credores. “Temos autonomia para continuar investindo e garantir que teremos condições de honrar os nossos compromissos.”
Porém, um relatório de janeiro da administradora judicial do grupo, a EXM Partners, reporta “relevante atraso nas análises” de auditoria do processo. Piva garante, porém, que a Itapemirim resolveu as questões referentes ao plano e que cumprirá prazos. “Estamos pagando 100% do que é devido.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.