O distrito de Itaipava tem hoje seis projetos apontados como soluções para diminuir os impactos gerados no trânsito ainda engavetados. Alguns têm mais de uma década em que são apontados como vitais para melhorar a acessibilidade e que foram, mais uma vez, confirmados por estudo apresentado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e divulgados em março deste ano. Alguns dos itens receberam doação de projetos arquitetônicos e de engenharia feitos por empresários, como a rotatória em frente ao supermercado Bramil, na Estrada União e Indústria. Outros, como o Trevo de Bonsucesso, são visivelmente identificados como gargalos.
O Unita, Unidos Por Itaipava, movimento empresarial que foi formado para buscar melhorias para o distrito consultou a Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada para 2025, documento que elenca planos e os recursos a eles destinados. A Secretaria de Obras tem previsão de pouco mais de R$ 42 milhões para executar no próximo ano em projetos. O movimento considera que o valor é muito baixo para resolver todas as questões urgentes da cidade. “Vamos continuar dependendo de recursos estaduais e federais para realizar essas obras. Mas o que nós queremos saber é: onde estão esses projetos executivos apresentados para esses governos para captar as verbas necessárias? Sem esses projetos não há como se captar apoio”, aponta Alexandre Plantz, um dos empresários que encabeça o Unita.
O estudo do Coppe/UFRJ foi contratado no ano passado pela própria prefeitura, por meio da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), no valor de R$ 875 mil. Entre as diversas soluções apontadas pelo estudo, após a realização de análises, estão seis cenários diferentes com obras e intervenções que auxiliariam no fluxo de veículos de Itaipava.
“A nossa preocupação é que esse dinheiro foi investido, foram apresentadas possíveis soluções e nenhuma delas tem data para sair do papel. Daqui a poucos meses o estudo completa um ano de apresentado. É necessária uma previsão para os itens serem colocados em prática. Quem utiliza o trecho da Estrada União e Indústria entre o terminal rodoviário de Itaipava e Bonsucesso, e quem precisa entrar na cidade pela BR-040, no trevo de Bonsucesso, passa horas preso nos engarrafamentos”, exemplifica Alexandre Plantz.
Entre as soluções propostas pela Coppe/UFRJ, estão a construção de pontes, alterações na geometria do trevo de Bonsucesso, criação de retornos, duplicação de pontes já existentes e melhorias no retorno que fica na altura do terminal rodoviário, em frente ao Supermercado Bramil. Entre todos os cenários, o estudo da Coope/UFRJ considerou que a melhor solução seria a implementação de uma ponte atrás do Hortomercado Municipal. Essa ponte conectaria Itaipava até Bonsucesso, sem a necessidade de passar pelo trevo, desconcentrando o tráfego da Estrada União e Indústria, utilizando as vias transversais à ela. “Foi considerado que esta ponte absorveria cerca de 20% do fluxo que passa hoje pelo trevo e segue para Nogueira”, cita o estudo.
Hoje, a prefeitura trabalha na recuperação da Rua Agante Moço – atrás do Parque de Exposições – mais ainda não demonstrou como vai resolver os acessos à via que são no “miolo” de Itaipava e no desemboque em Bonsucesso.
“O papel da Unita é cobrar ações dos agentes públicos de todas as esferas para que o distrito receba a atenção que precisa e merece. Assim, estamos confeccionando um documento oficial pedindo celeridade na execução dos projetos executivos dessas obras mesmo em final do governo municipal. E vamos fazer chegar às mãos dos candidatos a prefeito. O eleito, assim que tomar posse, vai ser arguido pelas providências que vai tomar e, principalmente, em prazos que irá cumprir”, pontua Fabrício Santos, empresário que também está à frente da Unita.
Saiba quais são as soluções apresentadas pela COPPE/UFRJ
1. Ponte atrás do Hortomercado: para os veículos vindos de Itaipava, a nova ponte que conectaria Itaipava até Bonsucesso, sem a necessidade de passar pelo trevo.
2. Alterações na geometria do trevo de Bonsucesso: intervenções para organizar melhor o tráfego na altura do trevo, diminuindo o acúmulo de veículos em um mesmo trecho.
3. Adição de um retorno na altura do Hotel Buriti, em Bonsucesso: adição de um retorno, trazendo a restrição da conversão na ponte de Bonsucesso e obrigatoriedade de passagem pelo retorno mais a frente.
4. Duplicação da ponte de Bonsucesso: forma de facilitar o fluxo na ponte, que hoje possui largura para apenas um veículo, promovendo a circulação do fluxo de veículos em ambos os sentidos.
5. Criação de ponte no trevo de Bonsucesso: a conexão faria com que os veículos em Bonsucesso com direção à Itaipava (saindo da BR-040) seguissem o trajeto de forma direta, sem passar pelo trevo.
6. Alterações na rotatória na altura do Bramil: mudanças na rotatória como forma de eliminar zonas de conflito, criando um desvio em formato de “diamante “para os veículos que realizam o tráfego no sentido de Itaipava para Bonsucesso. A solução também prevê a construção de uma nova ponte com saída da Estrada União e Indústria para a BR-040.