• Isso para mim é grego. Fale português comigo

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  • 21/05/2019 13:00

    Queria mudar a minha internet e liguei para uma empresa que presta esse serviço aqui na cidade. Forneci meus dados pessoais e endereço. A atendente, do outro lado respondeu: “Sinto senhor, mas não podemos fazer a instalação porque seu condomínio não tem o ‘eme dê u’. Eu, do outro lado da linha, fiquei sem ação. ‘eme dê u’? Que é isso?”. Será que é culpa do síndico de não ter isso no condomínio?

    Sem dúvida esse tipo de situação já ocorreu, com você leitor: ir a um local e a pessoa com quem se está falando usar palavras absolutamente normais para ela, mas, que para você é grego! E isso, muitas vezes, acontece quando queremos comprar alguma coisa ou pedimos informações.

    Faça um teste simples. Ligue para o INSS para ver assuntos relacionados aposentadoria e a atendente ou funcionário vai pedir para você pegar o "quí níz" com a maior naturalidade. Vá em uma loja de instalação automotiva e o técnico pedirá para você esperar um pouco porque vai abrir uma “ó esse”. Numa farmácia reclame do preço e a vendedora lhe dirá que está em promoção: 50% do “pê eme cê”. E na repartição pública, invariavelmente, vão usar as siglas dos departamentos e você se perderá nos corredores. E por aí vai.

    Por que esse tipo de coisa acontece? Será que realmente essas palavrinhas todos nós devemos saber? É claro que não. Então por que somos bombardeados com isso? Uma razão, quando nos referimos a empresas, é a falta de treinamento do pessoal que trata com o público. Esses jargões, quem tem que conhecer de cor, são os profissionais de cada área. E não nós consumidores.

    E com essas palavrinhas quem perde é o empresário, pois quase sempre o cliente não entende, fica com vergonha de perguntar e vai embora, até encontrar uma empresa que fale português com ele. E você? Já falaram esse grego contigo? 

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