• Israel muda versão após vídeo de ataque a médicos

  • 07/abr 07:19
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    O Exército de Israel voltou atrás em seu relato sobre a morte de 15 médicos palestinos por suas forças em 23 de março, depois que um vídeo feito por celular pareceu contradizer suas alegações de que os veículos não tinham sinais de emergência quando as tropas abriram fogo na Faixa de Gaza.

    Os militares disseram inicialmente que abriram fogo porque os veículos estavam “avançando de forma suspeita” em tropas próximas, sem faróis ou sinais de emergência. Os oficiais haviam afirmado, sem apresentar evidências, que nove dos mortos eram agentes do Hamas ou da Jihad Islâmica.

    Um militar israelense, falando no sábado, 5, à noite sob condição de anonimato, disse que o relato anterior estava “equivocado”.

    Ajuda

    A filmagem mostra as equipes do Crescente Vermelho Palestino e da Defesa Civil dirigindo lentamente com as luzes de seus veículos de emergência piscando e logotipos visíveis, enquanto ajudavam uma ambulância que havia sido atacada anteriormente. No vídeo, as equipes não pareciam estar agindo de forma incomum ou ameaçadora quando três médicos aparecem e vão em direção à ambulância atingida.

    Seus veículos imediatamente ficam sob uma saraivada de tiros, que dura mais de cinco minutos, com breves pausas. O dono do celular responsável pela filmagem pode ser ouvido rezando. “Perdoe-me, mãe. Este é o caminho que escolhi, mãe, para ajudar as pessoas,” ele chora, com voz fraca.

    Oito membros do Crescente Vermelho, seis trabalhadores da Defesa Civil e um funcionário da ONU foram mortos no tiroteio antes do amanhecer de 23 de março por tropas israelenses conduzindo operações em Tel al-Sultan, um distrito da cidade de Rafah, no sul de Gaza. As tropas então passaram por cima dos corpos, enterrando-os em uma vala comum. A ONU e os trabalhadores de resgate só conseguiram chegar ao local uma semana depois para desenterrar os corpos.

    O vice-presidente da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, Marwan Jilani, disse que o celular com a filmagem foi encontrado no bolso de um de seus funcionários assassinados. O embaixador palestino na ONU distribuiu o vídeo ao Conselho de Segurança. A agência Associated Press obteve o vídeo de um diplomata da ONU sob condição de anonimato, uma vez que ele não foi tornado público.

    O episódio atraiu escrutínio e condenação internacionais. Depois que as inconsistências no relato israelense foram reveladas, os militares pareceram se mover mais rapidamente do que o normal para abordar a questão. Inquéritos militares internos sobre episódios mortais questionáveis podem se arrastar por meses, até mesmo anos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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