IPP sobe 2,16% em outubro ante 0,25% em setembro, afirma IBGE
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 2,16% em outubro, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de setembro foi revista de uma alta de 0,40% para uma elevação de 0,25%.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de outubro, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 26,57% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi de 28,83%.
Considerando apenas a indústria extrativa, houve queda de 2,18% em outubro, após o resultado de -16,48% registrado em setembro. Já a indústria de transformação registrou aumento de 2,45% em outubro, ante um desempenho de 1,61% no IPP de setembro.
Os preços de bens de capital ficaram 1,72% mais caros na porta de fábrica em outubro, segundo os dados do IPP. O resultado ocorre após os preços terem subido 1,29% em setembro.
Os bens intermediários registraram avanço de 2,94% nos preços em outubro, ante uma queda de 0,55% em setembro.
Já os preços dos bens de consumo subiram 0,94% em outubro, depois de uma alta de 1,42% em setembro. Dentro dos bens de consumo, os bens duráveis tiveram elevação de 0,93% em outubro, ante alta de 0,55% no mês anterior. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 0,94% em outubro, após a elevação de 1,59% registrada em setembro.
A alta de 2,16% do IPP em outubro teve contribuição de 0,12 ponto porcentual (p.p.) de bens de capital; 1,72 p.p. de bens intermediários; e 0,33 p.p. de bens de consumo, sendo 0,28 p.p. de bens de consumo semi e não duráveis e 0,05 p.p. de bens de consumo duráveis.
Atividades
A alta nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em outubro foi decorrente de avanços em 22 das 24 atividades pesquisadas pelo IBGE. No acumulado em 12 meses, as pressões inflacionárias ao produtor são puxadas pelos bens intermediários.
Em outubro, um destaque foi o alívio na pressão decorrente dos preços dos alimentos. Em outubro, os preços do setor subiram 0,75%, “o menor resultado entre os positivos de 2021, ano que, nos dez primeiros meses, só apresentou uma variação negativa, -0,14%, em junho”, segundo o IBGE.
“O setor acumula 15,68% de variação positiva de preços, resultado que está 12,78 p.p. abaixo da variação acumulada até outubro de 2020. Na comparação com igual mês do ano anterior, o atual está 17,43% acima, o que é a menor taxa do ano, que vem se reduzindo desde junho, quando foi de 30,96%. Vale dizer que em outubro de 2020, observou-se, na comparação com o mês anterior, a quinta maior variação da série, 4,67%. Naquele mês, os preços haviam variado 35,99%, em relação a outubro de 2019”, diz a nota do IBGE.
Por outro lado, outro vilão da inflação da pandemia, os preços de refino de petróleo e produtos de álcool, que vêm com altas desde maio, subiram 7,14% em outubro, o terceiro maior resultado no ano (16,68%, em março; 12,12%, em fevereiro). Com isso, o acumulado no ano chegou a 60,38%, a maior observada para o mesmo mês, e a comparação de outubro com outubro de 2020, aponta salto de 72,02%, a quarta maior da série, “sendo que as três maiores são todas de 2021: maio, 106,57%; abril, 91,25%; e junho, 76,68%”, informou o IBGE.
O órgão destacou ainda os preços de outros produtos químicos: “a indústria química, no mês de outubro, apresentou a segunda maior variação de preços do IPP, 6,38%, acumulando variação de 52,50% no ano e de 54,52% nos últimos 12 meses”, diz a nota do instituto. “Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais e à variação de preços de diversas matérias-primas importadas ou não, como, por exemplo, a nafta. Além disso, a demanda da indústria por produtos químicos está aquecida”, segue o texto da nota.
Por fim, na metalurgia, a variação de preços foi de 2,82% em outubro, a 16ª taxa positiva seguida. “Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou uma variação de 45,95% no ano e de 52,10%, nos últimos 12 meses”, diz o IBGE.