Iphan usa drone para elaboração de diagnósticos em bens tombados atingidos pelas chuvas
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou nesta semana o monitoramento aéreo dos bens tombados em Petrópolis. A iniciativa inédita do órgão, vai auxiliar na elaboração do diagnóstico dos bens tombados que foram atingidos pelas tragédias deste ano. De acordo com o Iphan, dados preliminares apontam que, em maioria, as edificações resistiram bem ao impacto das chuvas.
De acordo com o Iphan, as vistorias de campo começaram logo após as chuvas. A partir de laudos encaminhados pela Defesa Civil, o Iphan delineou um quadro geral da cidade. Com o drone, essa ação será aprimorada: a visão superior e panorâmica do dispositivo oferece um ponto de vista único para o acompanhamento do conjunto tombado.
“É a primeira vez que usamos tecnologia de mapeamento aéreo para conferir o estado do nosso patrimônio. Além da agilidade maior de diagnóstico, o uso da tecnologia vai nos permitir averiguar áreas de difícil acesso ou que possam oferecer riscos à segurança da nossa equipe”, comenta o superintendente do Iphan-RJ Olav Schrader.
Thiago Fonseca, chefe do Escritório Técnico do Iphan na Região Serrana do RJ, explica que monitoramento aéreo vai ajudar a avaliar locais que não foram possíveis alcançar por terra. “A gente não conseguiu chegar a todos os pontos devido à situação de instabilidade dos terrenos. Agora, o drone está nos permitindo compreender a extensão dos deslizamentos desde uma perspectiva que dificilmente poderíamos ter do solo, em trabalho de campo”, explica. O Iphan informou que está em contato permanente com proprietários de imóveis tombados para orientá-los sobre a conservação dos bens.
O Iphan também acompanhou os trabalhos arqueológicos do Palácio de Cristal, cujas prospecções já haviam sido concluídas antes das chuvas.
Múltiplos usos do mapeamento aéreo
Fonseca explica que, além do levantamento pós-tragédia, o mapeamento aéreo será aproveitado para gerir a nova área de proteção que será proposta na rerratificação do tombamento de Petrópolis. Tal rerratificação está sendo revista pela área central do Iphan. O uso de drone também vai subsidiar dados de ocupação do solo da cidade, pois a base da Prefeitura está defasada, já que é de 1994. Fotógrafo e piloto dos drones em uso pelo Iphan-RJ, Mario Vitor Olivetti conta que há uma série de cuidados e regras para levantar voo.
“O drone não é um brinquedo ou uma câmera com asas, é um importante instrumento de trabalho que precisa ser usado com bastante responsabilidade”. Para operar são requeridos cadastros com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também se exige autorização para cada voo, realizada com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado à Força Aérea Brasileira