IPCA teria sido de 0,57% em janeiro não fosse a queda nas passagens aéreas
A queda no preço das passagens aéreas deu a maior contribuição para conter a inflação oficial no País em janeiro. O subitem recuou 15,22% em janeiro, um impacto negativo de 0,15 ponto porcentual para a taxa de 0,42% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA teria sido de 0,57% em janeiro, não fosse a queda nas passagens aéreas, calculou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
No entanto, o recuo sucede uma alta acumulada de 82,03% nas passagens aéreas nos quatro meses anteriores, de setembro a dezembro de 2023. A base de comparação elevada explica a redução nas tarifas em janeiro, argumentou Almeida, acrescentando ainda que houve diminuição no custo do querosene de aviação (QAV, combustível de aviões).
“Pode ter influenciado, uma vez que o combustível é um componente importante no preço das passagens aéreas”, disse Almeida.
Nos 12 meses encerrados em janeiro, as passagens aéreas acumulam uma alta de 25,48%.
“Em 2023, as passagens aéreas acumularam alta de 47,25%”, lembrou Almeida.
O gasto das famílias com o grupo Transportes saiu de um aumento de 0,48% em dezembro para um recuo de 0,65% em janeiro, contribuindo com -0,14 ponto porcentual para a taxa do IPCA do último mês.
Além da passagem aérea, houve redução de -0,39% nos combustíveis. Os preços do etanol caíram 1,55%; do óleo diesel, -1,00%; e da gasolina, -0,31%. Já o gás veicular subiu 5,86%.
O táxi apresentou alta de 1,25% em janeiro, devido aos reajustes, a partir de 1º de janeiro, de 4,21% no Rio de Janeiro e de 4,61% em Salvador.
Ainda em Transportes, o transporte por aplicativo recuou 10,19%. O ônibus urbano diminuiu 0,92%, influenciada pelo reajuste médio de 16,67% em Belo Horizonte a partir de 29 de dezembro; de 4,53% em Vitória em 14 de janeiro; e pela aplicação de gratuidade nas tarifas aos domingos e em algumas datas comemorativas em São Paulo, a partir de 17 de dezembro. Em São Paulo, porém, houve reajuste de 13,64% nas tarifas de trem e metrô a partir de 1º de janeiro.