IPCA de fevereiro é o mais elevado para o mês desde 2015, diz IBGE
A alta de 1,01% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro foi a variação mais acentuada para o mês desde 2015, quando subiu 1,22%, informou nesta sexta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês de fevereiro de 2021, o IPCA tinha sido de 0,86%. A taxa em 12 meses passou de 10,38% em janeiro para 10,54% em fevereiro, ante uma meta de inflação de 3,50% perseguida pelo Banco Central este ano, que tem teto de tolerância de 5%.
O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 1,11% em janeiro para uma elevação de 1,28% em fevereiro, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,27 ponto porcentual para a taxa de 1,01% do IPCA do último mês.
A alimentação no domicílio aumentou 1,65% em fevereiro. As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (23,49%) e cenoura (55,41%), que contribuíram conjuntamente com cerca de 0,08 ponto porcentual para a inflação de fevereiro.
Na direção oposta, houve recuos nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,30% em fevereiro. O lanche fora de casa teve alta de 0,85%, enquanto a refeição fora subiu 0,02%.
Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, a alta nos alimentos em fevereiro teve influência de problemas climáticos que impactaram algumas lavouras. “O excesso de chuva no Sudeste e a estiagem no Sul do País prejudicaram a colheita e a oferta nos mercados, afetando preços”, disse Kislanov.
Educação
Os gastos das famílias com Educação subiram 5,61% em fevereiro, maior elevação e principal impacto entre os grupos (0,31 ponto porcentual) sobre a taxa de 1,01% registrada pelo IPCA no último mês. O grupo Educação costuma incorporar no IPCA de fevereiro os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
“Normalmente o grupo de maior impacto em fevereiro é educação. Alimentos também têm um componente sazonal (que pressiona IPCA em fevereiro)”, apontou Pedro Kislanov. “Educação mostra correção com base na inflação do ano anterior. É uma questão mais localizada, e não efetivamente uma questão de demanda”, explicou.
Os cursos regulares subiram 6,67%, item de maior impacto sobre a inflação, 0,28 ponto porcentual. Houve reajustes no ensino fundamental (8,06%), pré-escola (7,67%), ensino médio (7,53%), ensino superior (5,82%) e pós-graduação (2,79%).
Os cursos diversos tiveram alta de 3,91%, com destaque para o encarecimento dos cursos de idioma (7,29%).