IOF é um absurdo, vamos combater fortemente, diz presidente da Fiesp
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, reforçou nesta terça-feira, 27, as críticas da entidade à elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que inclui operações de crédito a empresas. O empresário prometeu combater firmemente o aumento do tributo, que classificou como um “absurdo”.
Josué disse acreditar na reversão da medida, chamada também por ele de “insensata”, Segundo ele, ela agrava a situação das empresas, já afetadas por juros mais altos, e, por se tratar de um tributo “quase que cumulativo”, pune as cadeias de produção mais longas.
“Acredito que será revertida, porque ela não tem cabimento … Nós lutamos 30 e poucos anos para acabar com os impostos indiretos cumulativos, e aí vem o IOF aumentando”, afirmou Josué. “Então, isso é um absurdo, nós vamos combater fortemente”, acrescentou.
As declarações foram dadas em discurso que encerrou um fórum realizado pela Fiesp que tratou da escassez de mão de obra na indústria. A fala de Josué sobre o IOF foi aplaudida pelos presentes no auditório da Fiesp.
O empresário conclamou ainda a união da sociedade para reduzir os juros no Brasil. “Todos nós precisamos dar as mãos para, assim como fizemos no Plano Real como sociedade, e conseguimos por fim ao flagelo que era a hiperinflação, que a gente consiga também, finalmente, fazer com que o Brasil passe a ter taxas de juros normais para um país riquíssimo.”
Em seu discurso, Josué também criticou a visão que considera paternalista em todos os poderes, em especial na Justiça do Trabalho. “A Justiça do Trabalho acaba desprotegendo o trabalhador ao visar protegê-lo com excesso de paternalismo, tratando ele como incapaz, como uma pessoa incapaz de decidir o seu próprio destino”, declarou o presidente da Fiesp, ao ressaltar que os trabalhadores estão preferindo trabalhar sem carteira assinada. “A realidade está mostrando que ele é capaz, e ele está decidindo o seu destino, inclusive deixando de trabalhar sob a proteção da CLT Consolidação das Leis do Trabalho por decisão própria”, comentou.
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva apresentada durante o evento da Fiesp mostrou que mais da metade (58%) das pessoas preferem trabalhar por conta própria, enquanto apenas 11% desejam ser empregados da indústria.
“Os jovens, hoje, criticam a CLT. E esse distanciamento, especialmente de Brasília, da realidade nacional, essa visão paternalista, que está permeada em todos os poderes – não é só no Judiciário, no Executivo e no Legislativo também temos -, ela prejudica enormemente, em vários aspectos, o desenvolvimento nacional”, frisou Josué. “Então, a primeira coisa que nós temos que fazer é falar com todos os nossos representantes que esse paternalismo, na verdade, está desprotegendo justamente quem eles visam proteger”, defendeu o empresário.