• Instabilidade econômica provoca queda na procura pelos imóveis

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  • 16/05/2016 11:20

    A instabilidade política do país influenciou diretamente a demanda do mercado imobiliário em Petrópolis. A Caixa Econômica registrou queda na procura por financiamento de imóveis. E, por outro lado, caiu também a demanda nas empresas de corretagem. Mas, apesar da crise econômica que o país enfrenta, os corretores da cidade afirmam que é um bom momento para quem quer negociar. Isso porque, em alguns casos, os donos dos imóveis se mostram mais dispostos a cair os preços na hora de fechar a venda. 

    Emerson Franca é gerente-geral da Agência Imperial da Caixa Econômica. Ele explicou que a procura por financiamento começou a apresentar queda já nos primeiros meses de 2015, mas se agravou de fato este ano. Para ele, os brasileiros estão esperando uma estabilização da situação política e, até que isso aconteça, estão evitando se endividar. Segundo Emerson, a expectativa é que a demanda seja retomada quando isso acontecer. “Não dá para ter certeza, é uma projeção. Vai depender muito da entrada de um novo governo”, disse. Porém, ele acredita que essa melhora só poderá ser verificada a médio prazo, ou seja, já em 2017. “Sendo otimista, no fim de 2016”. 

    Ele disse ainda que 90% das pessoas que procuram a Caixa para o financiamento, preferem abrir uma conta para ter acesso aos juros mais baixos. Atualmente, o índice para não clientes do banco, chamada taxa balcão, é de 11,22%, para compra de imóveis pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Todo o trâmite, segundo Emerson, leva, em média dois meses. Mas ele explicou que são dois processos. O primeiro é quando o cliente dá entrada da documentação na Caixa. Daí até a assinatura do contrato leva-se, em média, 30 dias. Em seguida, os documentos são levados para o Cartório Jurídico de Imóveis, podendo ser liberado com menos de um mês. Apenas depois disso, é que a Caixa libera o dinheiro para a compra. 

    Os corretores de imóveis de Petrópolis afirmam que a procura por imóveis com financiamento também é pequena nas empresas em que trabalham. E além disso, explicam que, muitas vezes, preferem trabalhar com financiamento dos bancos particulares. Isso porque consideram que estes oferecem mais facilidade, acesso e menos burocracia na hora de fechar o negócio. Segundo o corretor Claudio Brum, se o cliente tiver conta no banco pode ter ainda melhores condições para o financiamento. 

    Porém, ele explica que o público que compra imóvel hoje em Petrópolis está dividido em pessoas que estão casando agora, por exemplo. E também os investidores. Para os últimos, o momento é mais favorável justamente por causa dessa possibilidade de negociação. O corretor acredita, que a estabilidade política é que poderá mudar o cenário atual de pouca demanda. Ele destaca ainda que em 25 anos de profissão, esta é a pior crise que enfrenta, provocada pelo clima de incerteza e alto índice de desemprego. Porém, ele acredita que, assim como, vivenciou as crises provocadas no governo Sarney (1985-1990) e Collor (1990 e 1992), as coisas tendem a melhorar, com um novo governo. 

    Sobre os bairros mais disputados na cidade, ele disse que são Bingen, Valparaíso, Castelânea e Centro Histórico. A região dos distritos, como Nogueira e Itaipava, é mais procurada por quem vem de fora, principalmente do Rio de Janeiro. Para os petropolitanos, o que tem pesado na hora da escolha por um imóvel é o tempo gasto em deslocamento, por causa do problema de mobilidade urbana que a cidade enfrenta, que se agrava nos horários de pico. “Quem trabalha no Rio, por exemplo, prefere morar no Bingen, pela facilidade de acesso à rodovia BR-040”, disse.

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