INSS – detalhes desprezados
Creio que em tudo na vida há necessidade de vivência, já que os cursos superiores dão a base e não a experiência que fica a cargo do capricho e do bom-senso de cada um.
Na década de 60 surgiu oportunidade de adquirir uma pequena indústria. Seis meses depois, ocorreu a renúncia de Jânio Quadros e toda a confusão que se seguiu. Óbvio que surgiram dificuldades para honrar compromissos além da folha de pagamentos, que era primordial (sempre cumprida) e o mais difícil , efetuar o recolhimento para a previdência. É neste ponto que raros veem e deduzem um impasse. Não sei hoje quais os percentuais sobre a folha para o INSS, mas naquele tempo era 1/3 dos funcionários e 2/3 da empresa. Se o recolhimento fosse separado, teria facilitado para todos. Considerando que o desconto em folha sem recolhimento ao órgão, transforma-se em apropriação indébita, provocando condições cumulativas quando poderia ser dividida em partes, o que facilitaria o pagamento. Um pequeno mas grande problema que poderia facilitar muito, mas que os “sapientes“ economistas de plantão não conseguem alcançar e nem vislumbrar por nunca terem vivenciado.
Por outro lado, em momento algum os “experts” no assunto abordaram o eterno déficit previdenciário provocado pelos inúmeros inadimplentes – principalmente os mais pesados como os clubes de futebol (que pagam fábulas aos seus jogadores mas nunca têm verba para o INSS), os municípios e os estados – entidades que nunca são fiscalizadas no tocante aos seus “cabides”, que pesam profundamente – bem sabido por todos. No apregoado défict de mais de 140 bilhões de reais, havia um crédito a receber de quase três vezes – cerca de 40 bilhões.
Assim, os únicos prejudicados com a “imprevidência” dos tecnocratas são sempre os aposentados do setor privado quando alardeiam, hipocritamente, os eternos “direitos adquiridos” mas nunca para eles, somente para o setor público. A Constituição de ´88 determinava que nenhum provento poderia ser reduzido mas no governo FHC foi feito uma reforma que se validou contrariando a Carta Magna, já que tal mudança não lhe foi anexada e os tais “direitos adquiridos” só prevaleceram para o setor público. Se a reforma mudou em relação aos s/m deveria, pelo menos, respeitar aos já aposentados o direito da proporcionalidade ao máximo, isto é, quem tivesse sido aposentado com 8 s/m, portanto, com 80% do teto, deveria ter tido direito – pelo menos – a continuar com tal proporção, o que não ocorre. Portanto, os governos são sempre falsos, hipócrita e traiçoeiros, protecionistas dos seus apaniguados, atirando na sarjeta do esquecimento os geradores de impostos que os sustentam nababescamente – e ainda alardeiam que são “democratas” – cruzes!”. – jrobertogullino@ gmail.com