Insegurança: Praça do Skate é abrigo de moradores de rua
Moradores e comerciantes da rua Silva Jardim, reclamam constantemente dos moradores de rua que vivem na Praça Duque de Caxias, conhecida como Praça do Skate, no Centro da cidade. Na manhã de ontem a Prefeitura de Petrópolis removeu mais de cinco deles e encaminhou para o setor de assistência social.
Quem trabalha ou tem que passar diariamente pela região acaba ficando com medo. “Aqui na loja acontece todos os dias. Eles estão sentados na porta ao amanhecer, aí a gente abre as portas e muitas vezes eles entram aqui dentro. Não podemos expulsá-los assim, então temos que tentar conversar para que não criemos mais transtornos”, disse um lojista.
Um outro comerciante contou à nossa equipe que na manhã do último domingo um grupo fez até churrasco na calçada. “Eles botaram fogo nos papelões e madeiras no canteiro e fizeram churrasco. Beberam várias garrafas de cachaça e ficaram fazendo algazarra a tarde toda”, explicou.
Além da bagunça, um outro problema é a violência. Segundo moradores de um prédio da região, muitos homens que dormem na praça andam armados com facas e canivetes. “No domingo tinha um com faca na mão fazendo churrasco. Aí foram brigar com ele e ele acabou ameaçando. Até que um cara tirou a faca da mão dele”, contou.
Há cerca de 20 dias, duas mulheres foram vistas fazendo sexo à luz do dia no meio da praça. “Tem coisas que só acontecem aqui. Eram duas mulheres totalmente nuas, sem calcinha, sem sutiã, sem nada, se beijando e fazendo sexo. Elas andaram peladas o dia inteiro na praça”, completou um comerciante.
A Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania de Petrópolis (Setrac) faz um trabalho constante de remoção e orientação às pessoas em situação de rua na cidade. As abordagens são feitas de 8h às 23h com equipes compostas por assistentes sociais, pedagogas, educadores, psicólogos, e até mesmo com o auxílio de guardas civis.
Somente ontem vários grupos de pessoas foram atendidos. Uns foram levaods para o Núcleo de Integração Social, onde tomam banho, almoçam e recebem tratamento higiênico. No entando, outros grupos preferem continuar morando na rua. “Muita gente tem casa, como é o caos de algumas pessoas que conversamos na Praça. Uma mulher mora na Comunidade Oswaldo Cruz e prefere ficar na rua. A outra tem uma casa alugada pela filha, mas continua dormindo na praça. São situações adversas que são atendidas pela Setrac, mas que muitas vezes voltam a se repetir”, disse Fernanda Ferreira, coordenadora do órgão.
Petrópolis está entre as cidades do Estado que conta com um centro especializado em pessoas com situação de rua, chamado de Centro POP. São apenas 19 em todo o Estado do Rio de Janeiro, que tem mais de 92 municípios. Além disso, na cidade as pessoas recolhidas da rua passam até por encaminhamento para o mercado de trabalho. “A gente tem um excelente atendimento, mas estamos preocupados com a situação no Estado, com o anúncio da extinção da Secretaria Estadual de AssistÊncia Social e Direitos Humanos (Seasdh), na contramão de toda a política que vem sendo feita ao longo desse tempo”, completou Fernanda.
Somente na útima semana mais de oito pessoas em situação de rua, que são naturais de outras cidades, foram atendidas. Nesses casos foram cinco de Areal e três de Três Rios.