Injustiças
Amigos, irmãos, que a seleção de fé feita por cada um de nós ajuste-nos às necessidades cármicas e aos nossos propósitos atuais.
Na realidade, temos alguns objetivos que foram traçados em campos espirituais e outros tantos que traçamos no plano encarnatório. Os objetivos de planos espirituais se acomodam aos objetivos de planos carnais; e os objetivos de planos carnais se acomodam aos de planos espirituais. Por que isto? Por que viemos com um traçado cármico?
Viemos com um traçado, uma sequência de necessidades e trabalhos a serem observados, preenchidos e exercitados para o nosso próprio crescimento espiritual, embora não saibamos os objetivos traçados em campos fluídicos, sabemos o que queremos hoje. Muitos daqueles objetivos ansiados hoje são os mesmos de planos espirituais. Porém, certos objetivos tememos e não queremos penetrar, desejando que fiquem estacionados para não nos incomodarem, não é? Mas este conjunto de objetivos forma as nossas necessidades: os ideais, envolvendo potenciais e defasagens, calcados no nosso temperamento, caráter, moral e as nossas predisposições íntimas.
O contexto em que nos trazemos exemplifica as inúmeras estruturações de vidas e vidas, dentro das quais nos formatamos em especificadas posturas e personalidades.
Por não sabermos quais objetivos foram traçados para nós, embora tenhamos acompanhado quando o nosso traçado cármico foi feito, mas como não participamos com a nossa mente encarnada, achamos que estamos sob imposições, muitas vezes, dos céus. Não são imposições dos céus, são propostas que nos foram apontadas e aceitas no momento em que estávamos na vida fora da matéria e que se dilatam no nosso viver carnal.
Os objetivos, amigos, são os ideais, as buscas, os termos que resolvemos dissecar em nossas vidas, exteriorizando melhores sentimentos, ampliando um profissionalismo, auscultando a nossa fé ou mesmo explorando a própria materialidade. Estes termos são condições trazidas por nós e intensificadas nas suas expressões diante das chamativas do momento em que vivemos.
Portanto, todos estamos a nos classificar e ajustar em cenários cármicos celestiais e terrenos, como filhos de Deus.
Há muito o que dizer sobre o tema injustiça, pois sabemos que muitos se sentem injustiçados durante o viver; injustiçados pela imposição da materialidade; injustiçados por um não livre arbítrio, que achamos nos envolver a tal ponto de não conseguirmos sair de um traçado; injustiçados na matéria e no Espírito, no físico, no emocional, no intelectual e no espiritual.
Como injustiçados, amigos? Mostramos e exteriorizamos, exatamente, aquilo que somos, tudo que está prensado dentro de nós. Estes somos nós: na expressão do olhar; na volúpia das palavras, quando as pressões vivenciais nos alcançam; nas deturpações dos sentimentos; nas viciações a nos impregnarem de discordâncias e de desequilíbrios.
Nossa fé é tão rasa, pequena mesmo, porque não gostamos daquilo que Deus nos dá e nos proporciona nesta vida; não é assim que pensamos? Mas nos esquecemos de que não somos somente o ser que vivencia hoje; nos esquecemos de que somos Espíritos em vários posicionamentos de vidas e vidas pretéritas, com várias experiências, motivações, oportunidades e, também, com desleixos vivenciais. Mas isso não passa por nossa mente porque a visão é muito curta e só enxergamos os momentos atuais. Para nós esta vida é tudo, não é? Distanciamo-nos bastante do eu individual, daquele que veio buscar algo nesta vida e que precisa arrebanhar alguma coisa para não voltar tão deficiente para a vida espiritual, a real.
Não somos injustiçados em momento algum. Tudo porque passamos faz parte de um caminho, em etapas necessárias de aprendizado, de modificação, de reconhecimento de valores e de uma grande reforma íntima proporcionada pelo Pai com o processo reencarnacionista.
Saibamos usufruir deste grande banquete com naturezas irmãs, a podermos colher, mais adiante, os frutos de um trabalho maior em fé, em amor e em verdades.