Indústria acumula perda de 2,3% em 3 meses de quedas consecutivas, diz IBGE
A queda de 0,7% na produção industrial em agosto ante julho fez o setor acumular uma perda de 2,3% em três meses de recuos consecutivos, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos oito primeiros meses de 2021, a indústria cresceu em apenas dois deles: janeiro (0,2%) e maio (1,2%).
Com o desempenho negativo de agosto, a indústria opera atualmente em patamar 2,9% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Quando ainda crescia, em janeiro, a indústria alcançou um saldo positivo de 3,5% em relação ao pré-covid.
Em agosto, a produção industrial estava 19,1% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011.
“Medidas de ajuda do governo ajudaram o setor industrial a ficar positivo até janeiro de 2021”, apontou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. “O setor industrial está 6,0% abaixo do patamar de dezembro de 2020”, acrescentou.
O setor industrial acumula uma perda de 6,2% de fevereiro a agosto de 2021. Segundo Macedo, a interrupção no pagamento do auxílio emergencial e seu posterior retorno com valor menor ajudam a explicar essa perda. “Você tinha uma massa de rendimentos que circulava (na economia) em quantidade maior do que vem circulando atualmente”, explicou.
Revisões
O IBGE anunciou uma série de revisões nesta terça-feira em dados da PIM. Revisou, por exemplo, o resultado da produção industrial em julho ante junho, de -1,3% para -1,2%. A taxa de junho ante maio saiu de -0,2% para -0,5%.
Na categoria de bens de capital, a taxa de julho ante junho foi revista de 0,3% para 0,9%. O resultado de junho ante maio saiu de 1,6% para 1,4%.
Na categoria de bens intermediários, a taxa de julho ante junho foi revista de -0,6% para -0,7%.
O resultado de bens de consumo duráveis em julho ante junho foi revisado de -2,7% para -2,8%. A taxa de junho ante maio saiu de -1,0% para -1,3%. O resultado de maio ante abril passou de -2,3% para -2,4%.
O desempenho dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis em julho ante junho passou de 0,2% para 0,5%.