• Índia ordena que companhias aéreas inspecionem modelos da Boeing após acidente da Air India

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  • 15/jul 11:51
    Por AP / Estadão

    O órgão regulador da aviação da Índia ordenou na segunda-feira, 14, que as companhias aéreas que operam vários modelos da Boeing vistoriem os interruptores de controle de combustível, dias depois que uma investigação sobre o acidente do avião da Air India no mês passado descobriu que eles estavam desligados, deixando os dois motores sem combustível.

    A Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia declarou que a diretriz se aplica ao Boeing 787 Dreamliner e a algumas variantes do Boeing 737. As companhias aéreas devem concluir as inspeções e apresentar suas conclusões ao órgão regulador até a próxima segunda-feira, 21.

    Um relatório preliminar sobre o acidente da Air India, que matou 260 pessoas na cidade de Ahmedabad, no noroeste do país, constatou que os interruptores se deslocaram em um segundo, o que cortou o fornecimento de combustível para ambos os motores.

    O material, divulgado na semana passada, não apresentou nenhuma conclusão sobre o motivo da queda do avião. Ele também não disse como os interruptores poderiam ter mudado da posição de funcionamento para a de corte durante o voo. O movimento dos interruptores de controle de combustível permite e corta o fluxo de combustível para os motores do avião.

    Queda logo após decolagem

    O Boeing 787-8 Dreamliner caiu em 12 de junho, logo após a decolagem. Ele matou todas as 242 pessoas a bordo, com exceção de uma, e 19 pessoas no solo.

    O relatório, emitido pelo Departamento de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da Índia, observou um aviso de 2018 da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que recomendou que as companhias aéreas que operam modelos da Boeing inspecionem o recurso de travamento dos interruptores de corte de combustível.

    De acordo com o material, as gravações de voz da cabine de comando capturaram um momento de confusão entre os pilotos, com um deles perguntando ao outro por que havia cortado o combustível. “O outro piloto respondeu que não havia feito isso”, diz o relatório.

    Alguns especialistas em aviação na Índia especularam que o acidente tenha sido causado por erro humano com base no relatório preliminar. Pelo menos duas associações de pilotos comerciais rejeitaram tais alegações.

    A Associação de Pilotos Comerciais da Índia, em um comunicado divulgado no domingo, 13, disse que estava “profundamente perturbada por narrativas especulativas (…) particularmente a insinuação imprudente e infundada de suicídio do piloto”.

    O CEO da Air India, Campbell Wilson, disse nesta segunda-feira que o relatório preliminar sobre a queda do avião com destino a Londres não encontrou problemas mecânicos ou de manutenção na aeronave e em seus motores.

    Em um memorando interno para a equipe da companhia aérea visto pela reportagem, Wilson disse que o material afirmava que todas as tarefas de manutenção obrigatórias da aeronave haviam sido concluídas.

    “Não houve nenhum problema com a qualidade do combustível e nenhuma anormalidade na decolagem. Os pilotos foram aprovados em seu teste obrigatório de respiração antes do voo e não houve observações relativas ao seu estado médico”, disse ele na nota.

    Após o acidente, as autoridades indianas ordenaram verificações mais profundas de toda a frota de Boeing 787 Dreamliner da Air India para evitar futuros incidentes. A companhia aérea tem 33 Dreamliners em sua frota.

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