• Índia detecta nova variante da covid; França e Bélgica ampliam restrições

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  • 24/03/2021 15:19
    Por Estadão Conteúdo

    O Ministério da Saúde da Índia detectou uma “nova variante dupla mutante” do coronavírus que ainda não foi catalogada. O sequenciamento do genoma e a análise de amostras do Estado de Maharashtra, um dos mais afetados pela pandemia, encontraram mutações no vírus que não correspondem às previamente catalogadas (VOC), segundo o ministério indiano.

    “Embora variantes preocupantes e uma nova variante dupla mutante tenham sido encontradas na Índia, elas não foram detectadas em número suficiente para estabelecer uma relação direta ou explicar o rápido aumento de casos em alguns Estados”, afirmou o órgão.

    Nesta quarta-feira, 24, a Índia suspendeu temporariamente todas as principais exportações da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 produzida pelo Instituto Serum para atender à demanda doméstica ante o aumento das infecções. A mudança também afetará os suprimentos do consórcio Covax. Não houve exportação de vacina da Índia desde quinta-feira, 18, mostra o site do Ministério das Relações Exteriores.

    Na Europa, o governo da França anunciou a adoção de bloqueios em mais três regiões do país como forma de conter a disseminação da covid-19. Segundo o porta-voz do governo, Gabriel Attal, a maioria das empresas em Rhône, Auge e Nièvre devem fechar e os cidadãos devem permanecer em casa.

    Dezesseis cidades, incluindo a região de Paris, já estão sob um terceiro bloqueio e o resto do país está sob um toque de recolher às 19h. No entanto, as escolas permanecem abertas e as pessoas não são obrigadas a preencher formulários para justificar viagens locais.

    Na avaliação do presidente francês, Emmanuel Macron, as medidas não deveriam nem mesmo ser descritas como um bloqueio, com o governo as chamando de “terceira forma” de frear o vírus sem fechar o país. As novas restrições devem durar pelo menos quatro semanas.

    Sobre a vacinação, o governo da França afirmou que acredita que a fabricante de medicamentos AstraZeneca não está honrando seu compromisso de fornecer ao bloco europeu, avaliou Attal. O porta-voz descreveu a situação como “completamente inaceitável”. A fala veio logo após a Comissão Europeia anunciar planos para um novo mecanismo de autorização de exportação que priorizará “reciprocidade e proporcionalidade” na decisão do bloco de exportar doses.

    Na onda de novas medidas de restrição, a Bélgica decretou o fechamento de escolas, cabeleireiros e serviços não essenciais até 25 de abril, afirmou o jornal Le Soir. Enquanto isso, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, deve se reunir com líderes estaduais alemães hoje para discutir as medidas de bloqueio, após ter concordado em estender as restrições até 18 de abril. Na última atualização desta quarta-feira, o país reportou 15.813 novos casos e 248 mortes por covid-19.

    A empresa francesa Novacyt afirmou que irá lançar, nesta semana, um teste capaz de detectar seis mutações da covid-19. Segundo a companhia, será possível identificar as cepas do Reino Unido, África do Sul, Brasil e Califórnia, bem como as mutações N501Y e E484K. O teste gera resultados em menos de duas horas, afirmou a Novacyt.

    Já o presidente-executivo da Moderna, Stephane Bancel, disse que a empresa está desenvolvendo uma vacina contra a gripe sazonal e a covid-19 e que, se tiver sucesso, protegerá os receptores de ambas as doenças.

    Segundo Bancel, o imunizante pode estar pronto daqui alguns anos, pois a vacina provavelmente estará sujeita ao processo de aprovação padrão, em vez das medidas pouco flexíveis que o órgão regulador americano, Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), adotou para acelerar as análises de dados para covid-19 durante a pandemia.

    Já a Pfizer afirmou que iniciou testes em humanos do medicamento oral contra a covid-19, e que, se comprovado a eficácia, pode fornecer aos médicos outra ferramenta para tratar os pacientes.

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